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Os sete As do ministério do Senhor

O capítulo 1 é como um capítulo básico do Evangelho de Marcos. Você pode encontrar todo o Evangelho de Marcos como um resumo no primeiro capítulo. E, ao contemplarmos Jesus, podemos aprender a ser como Ele: firmes, calmos e abundantes na obra do Senhor. 

Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus. Conforme está escrito na profecia de Isaías: Eis aí envio diante da tua face o meu mensageiro, o qual preparará o teu caminho; voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas; apareceu João Batista no deserto, pregando [...]. (Mc 1.1-4)

 

1.     Anúncio do precursor

 

O Evangelho é aberto com o precursor, João Batista. A Bíblia fala de João citando este versículo: “[...] voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas” (Mc 1.3).

A profecia de Malaquias no último capítulo do Antigo Testamento termina com a promessa de Deus de que Ele enviaria o seu Mensageiro. E, no versículo 3 de Isaías 40, é citado sobre João Batista, ele é a “voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas”.

João não é um eco, ele é uma voz. Quando você recebe revelação de Deus, você não é apenas um eco, mas uma voz. E o que vem primeiro, a palavra ou a voz? A palavra. A palavra é a formulação do pensamento. Você pode “ver” palavras, você pode “ouvir” palavras antes de pronunciá-las. Portanto, a palavra estava com Deus antes de João, mas João era a voz.

Então, aqui Deus diz: “[...] voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas” só para que você saiba que Jesus sempre esconde a sua glória, e é nosso privilégio descobri-la. Isso é o que estamos fazendo.

Que Salvador maravilhoso nós temos! Que homem grande, estupendo e amoroso vemos em Jesus Cristo! Que Deus manifestado em carne humana!

Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. (Fp 2.5-8)

 

Ele é Deus, mas não considerou sua divindade algo a que se apegar; em vez disso, Ele a deixou de lado e se tornou um homem.

Vemos Jesus servindo no Evangelho de Marcos, mas Ele continua servindo e nunca deixará de servir. Servir a quem? Homens pecadores. Homens que estão sujeitos a errar, falhar com Ele, e falhar novamente, uma e outra vez. Esses são os homens a quem Ele continua servindo. Que Salvador maravilhoso! Que Homem adorável encontramos em nosso Senhor Jesus Cristo!

Vamos voltar à profecia de Isaías 40.3. O que está escrito? “Preparai o caminho do Senhor [...]”. A palavra “Senhor” aqui é Jahweh. Isso significa que Jesus estava vindo e o caminho precisava ser preparado para Ele. Jesus é Jeová. Ele é Deus em carne humana.

A última parte do versículo diz: “[...] endireitai no ermo vereda a nosso Deus”. Deus aqui é Elohim. Jesus é Jahvé, Ele é Elohim. E Ele veio como um Servo.

Você sabe qual é o verdadeiro teste do ministério? Jesus disse que, de todos os homens nascidos de mulher, nenhum foi maior do que João Batista. Mas o que João Batista fez? Ele não fez milagres. Ele não purificou nenhum leproso. Ele apenas batizou as pessoas. No entanto, havia uma coisa que ele fazia: continuava apontando Jesus para as pessoas: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (Jo 1.29).

O ministério genuíno, o verdadeiro ministério, leva as pessoas a Cristo e Cristo às pessoas. Este é o verdadeiro ministério! Se existe algum ministério que não aponta as pessoas para Jesus Cristo, não é um ministério verdadeiro. Um verdadeiro ministério é como o de João Batista: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” Tudo gira em torno do Senhor Jesus.

O Evangelho de Marcos começa dizendo: “Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor” (Mc 1.3). A voz diz aos homens que eles devem olhar para esse Homem divino, ou melhor, para esse Homem-Deus, esse Servo de Jeová, Ele está aqui! Isso é o que a voz clama.

Alguns versículos depois falam da voz que vem do céu. Portanto, há uma voz no deserto e há uma voz do céu que diz a todos os homens: “Este é o meu Filho amado” (Mc 1.11).

2.     A aprovação do Pai

Logo ao sair da água, viu os céus rasgarem-se e o Espírito descendo como pomba sobre ele. Então, foi ouvida uma voz dos céus: Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo. (Mc 1.10-11)

 

A expressão grega aqui para “estou satisfeito” deve ser traduzida assim: “Tu és o meu Filho amado; em ti está toda a minha alegria [meu deleite, meu prazer e minha satisfação]”.

Jesus ainda não havia realizado um único milagre. Todos nós pensamos que, se expulsarmos demônios, purificarmos os leprosos, fizermos grandes obras, então Deus nos amará. Não! Deus nos ama, não importa o que aconteça! Nós o servimos porque Ele nos ama. Nós nos movemos no poder do seu amor.

Mas observe a aprovação do Pai pelo Filho, para encorajar o Filho. O Pai disse: “Tu és o meu Filho amado; toda a minha alegria está em você”. E Jesus não havia feito um único milagre até aquele momento, quando o Pai lhe disse isso.

Todos nós sabemos quando o seu ministério começou. O Pai disse algo sobre Jesus baseado, é claro, nos primeiros trinta anos de sua vida. Um dia, no céu, pediremos a Deus explicações a esse respeito. Ninguém sabe realmente o que aconteceu durante os primeiros trinta anos da vida de Jesus, apenas o episódio que aconteceu quando Ele tinha 12 anos é conhecido. No entanto, esse Menino foi uma alegria, uma satisfação, um prazer para o coração do Pai quando era adolescente! Sua humildade, sua obediência e sua honra aos pais!

Acho incrível que Jesus aos 12 anos fosse mais sábio do que todos os doutores da lei! No entanto, quando sua mãe e seu pai o encontraram, a Bíblia diz que Ele se submeteu a eles. Aquele que era mais sábio do que eles se submeteu! Ele era mais esperto do que eles mesmo com a idade de 12 anos, mas permaneceu sujeito a eles (Lc 2.51).

O versículo seguinte é maravilhoso: “E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens” (Lc 2.52). Você quer mais graça em sua vida? Aprenda a ser submisso!

As pessoas dizem coisas como: “Eu me submeto a alguém apenas se essa pessoa for mais inteligente, mais sábia e mais forte do que eu”. Mas, ao fazer isso, não há glória em sua submissão. Se alguém é forte e por isso consegue obrigá-lo a fazer as coisas, você faz porque tem medo dele, mas não há submissão nisso. É tudo uma questão de ceder, desistir. Jesus, porém, se submeteu mesmo com a idade de 12 anos.

Com efeito, em duas ocasiões, o Pai disse a Jesus: “Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo”. Uma é esta, quando João Batista batizou Jesus no rio Jordão. A segunda vez é quando Jesus levou consigo Pedro, Tiago e João a uma montanha, transfigurou-se e o Pai disse: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; ouçam-no” (Mt 17.5). Então, em duas ocasiões, Deus falou essas palavras.

O Monte da Transfiguração possivelmente é o Monte Hermon, que é a montanha mais alta de todo o Israel. E bem no seu topo, portanto no ponto mais alto de Israel, o Pai anunciou: “Este é o meu Filho amado”.

Quando Jesus foi batizado e saiu da água, esse lugar era muito mais próximo do Mar Morto, estava em Betânia, além do Jordão. Existem duas cidades chamadas Betânia. Essa não é a Betânia de Lázaro, que fica na Judeia; essa Betânia fica do outro lado do rio Jordão, onde Josué e seus homens atravessaram o rio, onde Jesus foi batizado. Esse é o ponto mais baixo da Terra. O Mar Morto está a aproximadamente 450 metros abaixo do nível do mar. O Monte Hermon está a 2.000 metros acima do nível do mar.

Então, no ponto mais baixo, o Pai disse: “Tu és o meu Filho amado, em quem me comprazo”. E ainda, no ponto mais alto, Ele disse: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”. Nessas duas ocasiões, Ele repetiu essa afirmação. No ponto mais alto, o Filho, Jesus Cristo, é o amado, o amado de Deus; e, mesmo no ponto mais baixo da Terra, Deus disse: “Você é o meu Filho amado [amado], em ti me comprazo!”

É também a região mais ao sul e a região mais ao norte de Israel. É quase como se Deus estivesse dizendo: “De norte a sul, de ponta a ponta, por toda a terra, eu proclamo que Jesus é meu amado!”

 

3.     A ação do Espírito

Vamos voltar ao texto de Marcos: “[...] ele viu os céus sendo abertos” (Mc 1.10). Gosto muito dessa expressão dos Evangelhos: “[...] os céus se abriram para Ele”. Literalmente, em grego, significa exatamente isto: os céus se abriram para Jesus.

Se você fala sobre Jesus, os céus se abrem para Ele! E por isso que até os demônios tremem quando você diz: “Em nome de Jesus!” Por quê? Porque todos os céus se abrem quando você diz: “Jesus!” O nome de Jesus é o nome acima de qualquer outro nome. O poder desse nome usado por nós faz os demônios fugirem!

O Evangelho de Mateus foi escrito para os judeus, enquanto o Evangelho de Marcos foi escrito para os gentios. Marcos não se preocupou em mencionar as leis judaicas, precisamente porque estava escrevendo para os gentios. Mas Mateus fala muito sobre as leis judaicas, sobre a história judaica, porque o seu público era judeu.

Você sabia que, no Evangelho de Marcos, a menção de milagres é três vezes maior do que no Evangelho de Mateus? Existem mais milagres (três vezes mais) do que parábolas. Em Mateus, há mais parábolas. Sabe por quê? Porque, quando se trata de servir a Deus, o que você faz (suas obras) é mais importante do que o que você diz.

O Servo Divino de Jeová, nosso Senhor Jesus, mostra o que Ele fez quando veio nos servir com graça, amor e poder! Uma coisa é ter tanto amor no coração, mas não ter o poder de remover a aflição. Jesus, contudo, não veio apenas com graça, Ele veio com poder!

Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos. (Mc 10.45)

Queremos servir ao Senhor e consideramos isso uma honra e um privilégio. Mas, na realidade, é o Senhor que nos serve. Ele nos serve até ficarmos cheios, como a mulher no poço. Mesmo quando está cansado, Ele serve melhor. Jesus estava sentado perto do poço porque estava cansado, você se lembra disso?

Mesmo em sua forma mais cansada, Jesus estava fazendo o melhor: firme, inabalável, abundante na obra do Senhor, mesmo quando estava cansado. E a mulher veio para ser servida. Ela não sabia que seria servida, mas foi servida. Depois que ela se encheu, imediatamente se tornou uma evangelista. Ele não fez nenhuma escola bíblica.

Jesus quer servir você hoje! Ele quer servir o pão da vida. Ele quer lhe dar rios de água viva. Ele quer lhe dar o pão da cura. Ele quer lavar os seus pés. Ele quer dar paz à sua mente. Você pode deixar que Ele o sirva?

Não se esqueça: você precisa consentir com isso. Não seja como Pedro, que disse: “Senhor, não podes lavar os meus pés!”. E o Senhor respondeu-lhe: “Se eu não te lavar os pés, não tens parte comigo” (Jo 13.8). Pedro foi salvo, mas não quis ter parte com Ele!

Então, aqui temos uma bela imagem em Marcos: há mais milagres em Marcos porque a ênfase está nas obras, e não nas palavras. No Evangelho de Marcos, temos doze relatos de Jesus expulsando demônios. Doze histórias nesse pequeno Evangelho de dezesseis capítulos. Mas, em Mateus, temos apenas quatro ou cinco desses relatos. Quatro ou cinco em comparação aos doze de Marcos. Fantástico! Eles são os relatos dos atos do Senhor.

Assim, a questão é que, no Evangelho de Marcos, apesar de ser um Servo, Jesus tem domínio sobre todo o mundo visível e sobre todo o mundo invisível. Parece que o Espírito Santo está nos dizendo: “Você quer poder? O poder em meu reino funciona assim: Ele flui por meio de pessoas que são humildes e têm um coração de servo”.

O próprio Jesus disse que os reis deste mundo dizem que, se eles são maiores, os outros devem se submeter. Eles dominam as pessoas, eles apenas dizem às pessoas o que fazer. Mas Deus está falando de liderança que serve, liderança que serve o povo.

Jesus disse que é assim que você vai crescer! Ele não quer que você se torne insignificante, mas diz: “Faça isso e você será grande”. Sim, Ele quer que você seja grande! Mas não promovendo a si mesmo, não agindo de acordo com o mundo. Ele diz: “Se você servir, você será o maior”.

O capítulo 2 de Levítico fala sobre a oferta de manjares, que consistia numa oferta de flor de farinha, sobre a qual se derramava azeite e se acrescentava incenso. Isso porque cada pensamento, cada palavra, cada ação de Jesus exalava um perfume para Deus Pai, como uma oferta queimada. Sob pressão, o perfume é liberado.

No capítulo 2 de Levítico, a oblação está em três formas em relação ao óleo.

Número 1: amassado (misturado) com o óleo.

Número 2: o óleo foi derramado, e a oferta de manjares, aspergida com óleo.

Número 3: ungido com óleo.

Tudo isso aconteceu com Jesus. Quando Ele foi concebido no ventre de Maria, Ele foi “amassado”, “misturado” com óleo. Este é o ponto número 1. O óleo é o Espírito Santo, e o Espírito Santo criou o corpo humano no qual Jesus entrou.

Número 2: o óleo é derramado sobre a oferta de manjares. Encontramos isso no rio Jordão, quando Jesus saiu das águas batismais e o Espírito Santo veio sobre Ele. Jesus foi ungido com óleo.

E, então, na cidade onde Ele cresceu, o que Ele disse? “O Espírito do Senhor está sobre mim, por isso me ungiu” (Lc 4.18). Este é o ponto número 3: unção com óleo.

4.     Ataque do diabo

 Depois que Jesus foi batizado, Ele saiu da água, e o Pai falou. A Bíblia diz que, “logo o Espírito o impeliu para o deserto”. Não foi o diabo que mandou Jesus para lá. Foi o Espírito Santo quem o enviou ao deserto para ser tentado pelo diabo.

E logo o Espírito o impeliu para o deserto, onde permaneceu quarenta dias, sendo tentado por Satanás; estava com as feras, mas os anjos o serviam. (Mc 1.12,13)

Por que o Espírito Santo, logo depois que o Pai disse a Jesus que Ele era o seu Filho amado, o levou para o deserto? Ele foi levado para ser tentado. Mas há algo sobre isso que você precisa saber. Em grego, há apenas uma palavra para tentação e provação. Ser tentado e ser provado é a mesma coisa no grego. Somente sabemos qual palavra usar pelo contexto.

Portanto, a palavra “tentado” pode significar ser tentado a pecar ou ser provado, posto à prova. Quero dizer-lhe algo sobre nosso Senhor Jesus Cristo: Ele não pode ser tentado a pecar como nós somos.

Quando somos tentados, há algo dentro de nós que responde, há algo dentro de nós, chamado carne, que responde e reage. É o princípio do pecado que entrou quando Adão caiu, todos os homens o têm. Mas Jesus não tem! Quando Ele é tentado, não há o “despertar” de nenhuma agitação dentro d’Ele.

Se você me citar Hebreus, onde está escrito que Ele foi tentado como nós em tudo, mas sem cometer pecado, não se esqueça da última parte do versículo: “[...] sem cometer pecado”. Se você estudar o grego original aqui, literalmente não está falando do fato de que Ele é sem pecado — sim, certamente Ele é sem pecado, mas, nesse caso, “sem cometer pecado” significa que Ele foi tentado em todas as coisas, mas não inerente ao pecado, não relacionado ao pecado. Jesus nunca foi tentado pelo pecado. Ele não pode ser tentado a pecar.

Muitas pessoas no mundo ensinam que Jesus pode ser tentado a pecar, mas insinuar tal coisa é dizer que há algo dentro d’Ele que pode ser “despertado”.

O real significado do que está escrito em Hebreus é que Ele foi provado em tudo, mas não inerente ao pecado. Essa afirmação significa precisamente “não inerente ao pecado”, “não relacionado ao pecado”, e ser “tentado” significa ser “experimentado, testado”.

Digamos que eu traga uma barra de ouro e diga a alguém: “Ei, esta é uma barra de ouro, é ouro puro”. Mas você diz: “Não pode ser, é muito grande!” Você fica surpreso por eu ter uma barra de ouro puro. Então, eu digo: “É ouro puro! Pode testá-lo!”

Depois de alguns dias, você diz: “Sabe de uma coisa? É mesmo ouro puro, não tem impurezas! Eu testei e descobri que era ouro puro!” Esse é o significado da palavra “testado”.

Para o homem pecador, usa-se o termo “tentado a pecar”; mas, para Jesus, usamos “testado, provado”. Em outras palavras, testar ou provar não é apenas mostrar que algo está errado ou que algo está faltando, mas também mostrar que algo é perfeito! Para isso, o Espírito Santo conduziu Jesus ao deserto. Não foi o diabo que o levou ali, o diabo não quer nada com Ele.

O Espírito o levou imediatamente para o deserto. É quase como se Deus Pai dissesse: “Aqui, diabo, Ele é ouro puro. Vá em frente, faça o teste! Experimente em tudo!”

Finalmente, o diabo precisa dizer: “É ouro puro!” O diabo deve reconhecer que Ele é ouro puro. Esse é o nosso Deus!

Onde quer que Ele fosse, Ele fazia e fazia mais. Ele servia e expulsava demônios! Já no capítulo 1 de Marcos, é relatado que Ele expulsou um demônio na sinagoga de Cafarnaum.

Muitos já estiveram em Cafarnaum. Estava na sinagoga um homem possuído por um espírito imundo. Jesus estava ensinando na sinagoga e a Bíblia diz que “Maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade, e não como os escribas” (Mc 1.22). E o espírito imundo começou a gritar: “Bem sei quem és: o Santo de Deus!” (Mc 1.24). Até os demônios reconhecem que Ele é o Santo de Deus.

O seu nome é conhecido no inferno? Os demônios sabem quem está servindo a Deus e também quem não está servindo a Ele. No livro de Atos, encontramos relatos de algumas pessoas não salvas que tentaram usar o nome de Jesus (At 19.13). Eles viram que os apóstolos usavam o nome de Jesus para expulsar demônios e curar os enfermos, então tentaram fazer a mesma coisa com as pessoas que tinham espíritos malignos, mas a Bíblia diz que um demônio lhes respondeu: “Eu conheço Jesus, e eu sei quem é Paulo; mas quem é você?”

E alguns judeus, exorcistas ambulantes, tentaram invocar o nome do Senhor Jesus sobre possessos de espíritos malignos, dizendo: Esconjuro-vos por Jesus, a quem Paulo prega. Os que faziam isto eram sete filhos de um judeu chamado Ceva, sumo sacerdote. Mas o espírito maligno lhes respondeu: Conheço a Jesus e sei quem é Paulo; mas vós, quem sois? E o possesso do espírito maligno saltou sobre eles, subjugando a todos, e, de tal modo prevaleceu contra eles, que, desnudos e feridos, fugiram daquela casa. (At  19.13-16)

 

Isso, porém, nunca pode acontecer conosco, sabe por quê? Porque podemos usar o nome de Jesus. Ele nos deu o poder de usá-lo nesta terra para realizar “as suas obras” no seu nome.

 

5.     Animais o reconheceram

Jesus permaneceu no deserto por quarenta dias.

Onde permaneceu quarenta dias, sendo tentado por Satanás; estava com as feras, mas os anjos o serviam. (Mc 1.13)

O Senhor Jesus estava lá, Satanás estava lá, havia também feras (esse é o único Evangelho que menciona feras), e havia os anjos, que o serviam.

Temos o quarto “A”, o ataque do diabo, e aqui encontramos o próximo “A”, que é: os animais o reconheceram.

Quarenta dias de tentações, durante seis semanas, Ele esteve entre as feras. É algo que você não encontra em filmes, mas seria muito legal ver Jesus tocar o leão e outros animais. Ele apenas ficou entre eles, e todos o reconheceram. Eram feras selvagens, e não animais domesticados. O Senhor ficou entre eles.

Muitas vezes, usamos preposições em português, mas o grego usa preposições com muita precisão. E há uma pequena peculiaridade do grego que é muito interessante. A frase “Ele estava entre as feras” poderia fazer alguém pensar assim: “Bem, Ele estava no deserto e, no deserto, há muitos animais. Ele estava lá e as feras também estavam”. Não é assim.

A frase “Ele ficou entre as feras” significa literalmente que Ele ficou na presença das feras, elas foram os seus companheiros por seis semanas! Todos eles reconheceram o Senhor da glória, o Senhor da criação! Até as feras o reconhecem, só os homens não!

A Bíblia diz que Ele foi tentado no deserto. Ele esteve no deserto da Judeia por quarenta dias. Jesus permaneceu lá seis semanas, reconhecido pelas feras. Ele foi tentado, provado por Satanás, mas reconhecido pelas feras. O deserto da Judeia é árido, e Ele ficou lá por seis semanas, reconhecido por feras.

Quando Jesus deixou esta terra e voltou para o céu, as únicas cicatrizes em seu corpo não eram obra de animais selvagens, mas obra do homem. Por toda a eternidade, as únicas coisas que o homem fez no céu serão aquelas cicatrizes, que Ele terá para sempre. Elas nunca desaparecerão.

Se alguém lhe disser: Que feridas são essas nas tuas mãos?, responderá ele: São as feridas com que fui ferido na casa dos meus amigos. (Zc 13.6)

Essa é uma profecia sobre o futuro, quando alguém, talvez uma criança, lhe perguntará: “Que feridas são estas nas tuas mãos?” Ele responderá: “São feridas que recebi na casa de meus amigos”.

As únicas cicatrizes que Ele tem foram feitas pelo homem! Eis esse maravilhoso Servo! E olhemos para nós mesmos: somos tão tolos, corremos atrás do ouro que Deus usa para cobrir as ruas, em vez de buscar Aquele que criou tudo. Até as feras reconhecem o Criador no meio delas!

Os homens dificilmente o reconhecem, mesmo quando Ele está presente com toda a sua beleza, glória, poder e excelência, servindo-nos graciosamente, servindo-nos com amor poderosamente. Uma coisa é amar sem poder, mas Ele nos serve com amor e poder!

 

6.      Anjos o serviram

O sexto “A” é o serviço que os anjos prestaram a Ele. Encontra-se no mesmo versículo que o quinto “A” (Mc 1.13). A última parte desse versículo nos diz que “os anjos o serviam”, os anjos haviam chegado.

Você acredita no ministério dos anjos? Eles estão aqui agora mesmo! Sempre que estamos reunidos e o nome de Jesus é proclamado, os anjos estão naquele lugar. Os anjos estão lá para garantir que aqueles que proclamam o nome de Jesus e aqueles que servem a Jesus sejam guardados. Você está protegido porque se tornou precioso para Deus!

Os anjos ainda estão operando hoje. Até as crianças têm o seu próprio anjo.

Vede, não desprezeis a qualquer destes pequeninos; porque eu vos afirmo que os seus anjos nos céus veem incessantemente a face de meu Pai celeste. (Mt 18.10)

Somente na glória entenderemos como estamos cercados por essa multidão de anjos que Deus colocou ao nosso redor!

Aqueles momentos em que você diz: “Oh, eu tive tanta sorte! Eu estava lá e não tinha visto o carro chegando, mas alguma coisa me puxou de volta!” Não foi “alguma coisa”, foi um anjo! Estou lhe dizendo que os anjos estão conosco!

A Bíblia diz que há mais anjos conosco do que com o inimigo!

Porque aos seus anjos dará ordens a teu respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos. (Sl 91.11)

 

Este é um versículo que o diabo jamais citará: “[...] anjos que te protegem em todos os teus caminhos”.

7.      Aclamado pela multidão

Finalmente, temos a aclamação da multidão. Vejamos aqui novamente no capítulo 1 de Marcos. Está tudo em um capítulo. Vamos repetir os sete “As”: anúncio do precursor; aprovação do Pai; ação e unção do Espírito; ataque do diabo; animais o reconheceram; a aclamação da multidão.

Agora estamos falando sobre o último.

À tarde, ao cair do sol, trouxeram a Jesus todos os enfermos e endemoninhados. Toda a cidade estava reunida à porta. E ele curou muitos doentes de toda sorte de enfermidades; também expeliu muitos demônios, não lhes permitindo que falassem, porque sabiam quem ele era. (Mc 1.32-34)

Os demônios diziam coisas como: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus! Você é o santo de Deus!” Jesus não precisava da publicidade deles. Eu poderia falar sobre o fato de que os demônios também testificam sobre Ele, mas não queremos isso, não queremos o testemunho deles. Jesus não precisa de sua promoção. Mas eles sabiam quem Ele era. Até a tempestade sabia quem Ele era. Até o peixe que tinha a moeda na boca sabia quem Ele era.

Só um cego não sabe quem Ele é, um homem que sempre se pergunta: “Por que não tenho saúde? Como é que eu não tenho a sabedoria? Como é que eu não tenho direção? Como é que não tenho paz?” Se você se separou da fonte, não é de admirar que você esteja assim agora!

Você sabia que o capítulo 1 de Marcos fecha com o pôr do sol? O último capítulo de Marcos, Marcos 16, começa com o nascer do sol.

Em Marcos 1, no versículo 32, diz: “[...] quando o sol se pôs”. Esse é o primeiro capítulo de Marcos. O último capítulo, Marcos 16, diz: “E, no primeiro dia da semana, foram ao sepulcro, de manhã cedo, ao nascer do sol” (Mc 16.2).

Portanto, temos o primeiro capítulo e o último capítulo. O primeiro fala sobre o pôr do sol; o último fala sobre o amanhecer. O que isso significa? Que Ele entrou em nossa escuridão! Porque, do pôr do sol ao amanhecer, é o momento mais escuro do dia. Jesus, o Servo perfeito, veio às nossas trevas e trouxe a luz da sua glória, a luz da sua graça às nossas trevas.

O mundo ainda está em trevas, mas nós temos Jesus, temos o nosso Senhor, que está conosco! E o nosso Senhor entrou em nossa escuridão.

Ele veio e ministrou na escuridão: Todos os capítulos de Marcos, do primeiro ao último, são capítulos em que Jesus é a Luz do Mundo e Ele entrou na escuridão. Não era surpreendente que os demônios estavam com medo!

 Ele é por nós, não devemos ter medo! Ele sabe tudo sobre nós, mas ainda assim nos ama. A melhor coisa que podemos fazer é trazer todo o nosso “lixo” para Ele e dizer-lhe: “Senhor, obrigado por me amar!”.

Deixe que Ele lave os seus pés. Deixe Ele salvar você!

Pr. Aluízio

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