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Princípios de uma vida pródiga

Gostaria de analisar a vida de um personagem bíblico anônimo, mas muito conhecido: o filho pródigo. Se você ainda não o conhece, a história dele está em Lucas 15. Todos nós, à semelhança daquele jovem, somos ou já fomos filhos pródigos. Assim, as lições da vida dele se aplicam à nossa vida também.


1. Suas escolhas determinam suas circunstâncias

Sua vida não mudará a menos que entenda que você mesmo cria suas circunstâncias. Você pode culpar as pessoas, Deus ou o inimigo, mas o fato é que suas decisões criam suas circunstâncias.

Veja o filho pródigo. Depois de pedir a parte que lhe cabia na herança, ele saiu de casa e, junto com os amigos, caiu na farra e torrou todo o dinheiro que possuía. A situação foi ficando pior a cada dia, até que ele chegou ao fundo do poço. Ele passou a comer com os porcos. Cuidar de porcos era o fim da linha para um judeu, mas aquele jovem chegou mesmo ao ponto de desejar comer com porcos.

Vamos agora imaginar aquele jovem, imundo, comendo a lavagem dos porcos. Um político passando por ali diria que sua condição é culpa do governo. A situação fora causada pela falta de educação apropriada e pelo desemprego crescente.

Um jornalista diria que a culpa é da globalização. Se não fosse a alta do dólar, a crise financeira e a concorrência desleal dos produtos chineses, aquele jovem não teria perdido toda a sua fortuna de forma tão rápida.

Um psicólogo diria que a culpa com certeza é do pai, que o traumatizou. O pai foi irresponsável ao dar ao filho a herança mesmo sabendo que ele ainda não tinha maturidade para lidar com tanto dinheiro.

Um socialista diria que a culpa é do patrão, que o explora. Certamente diria que o cerne da questão é a luta de classes, a opressão da classe operária pelos capitalistas burgueses e latifundiários. Para ele, aquele jovem era fruto deste mundo neoliberal e opressor.

O fatalista diria que a culpa é da sorte e do destino. Uns nasceram para ser pobres e nada pode ser feito a respeito disso. Mesmo tendo nascido numa família rica, aquele jovem estava destinado à miséria. Não há o que fazer, só podemos nos conformar.

Finalmente, alguém dirá até que o próprio Deus é o culpado pela condição daquele jovem. “Se Deus é amor, como pode Ele permitir alguém comer com porcos?”, diria. “Se Deus é amor, como pôde Ele permitir que um jovem sofresse tanto?”

Mas quantos ousariam dizer que o jovem mesmo foi o responsável? No entanto, essa é a verdade. As decisões dele determinaram suas circunstâncias. Você é responsável pelas consequências de suas ações. Você fez as escolhas, então deve arcar com as consequências. Não adianta culpar a quem quer que seja.

Outro dia aconselhando uma pessoa, ela me disse: “Falando assim, você me faz sentir péssimo”. Eu disse: “Eu não faço ninguém sentir coisa alguma, mas cada um escolhe qual atitude deseja ter”. É tolice responsabilizar outros pelas nossas escolhas. Nossas escolhas determinam nossas circunstâncias.


2. Quem não ajuda inevitavelmente atrapalhará

Não há relacionamentos neutros. Precisamos ter cuidado com pessoas que não nos acrescentam coisa alguma, mas acabam nos levando a perder coisas. Sempre se pergunte: “Em que essa pessoa está contribuindo para melhorar a minha vida em Deus?” Se ela não lhe faz o melhor, acabará fazendo o pior. Há muitos tipos de relacionamentos perigosos. As pessoas mais perigosas são aquelas que nos levam a perder o temor a Deus. Perto delas, o pecado parece perder a gravidade.

Sua vida depende das pessoas que você permite ao seu redor. Essas pessoas determinarão as experiências que você terá em Deus. Elas vão alimentar força ou fraqueza em você. O texto não diz, mas o jovem gastou o seu dinheiro com amigos. Os relacionamentos nunca são neutros em sua vida.

Se ele estivesse andando com alguém empreendedor, certamente teria procurado investir o seu dinheiro para multiplicá-lo. Contudo, em vez disso, ele andou com pessoas que o levaram a gastar tudo de forma inconsequente.

Nosso crescimento espiritual depende de nossos relacionamentos. Quando Deus quer abençoar você, Ele coloca uma pessoa em sua vida. Quando satanás quer destruir você, ele também faz o mesmo. Se tivermos relacionamentos saudáveis, então seremos estimulados a avançar; mas, se nossos relacionamentos nos puxam para baixo, então devemos renunciá-los.

Satanás tentou atingir Jesus através de Pedro, em Mateus 16, e depois através de Judas. Jesus também disse que os inimigos seriam os de dentro da própria casa (Mt 10.36). Discernir, portanto, essas portas de entrada é vital para o nosso crescimento espiritual. Existem alguns tipos de relacionamentos que podem levá-lo para o vale em vez de ajudá-lo a escalar as montanhas de Deus.

O valor de qualquer relacionamento pode ser medido por sua contribuição para as suas prioridades. Aquele que ri de suas experiências com Deus não sabe o valor das pérolas espirituais e também não o ajudará a avançar em Deus. Aquele que diminui o temor de Deus e faz com que tudo pareça normal e aceitável por fim acabará levando-o à ruína espiritual. Aquele que tenta diminuir a fé que Deus está colocando dentro de você não estará por perto no dia da calamidade. Aqueles amigos estavam lá para ajudar a gastar o dinheiro da herança, mas não para ajudar a cuidar dos porcos.


3. Intolerância com o presente cria o seu futuro

O filho pródigo não teria voltado para casa se não tivesse ido comer com os porcos. Deus coordena a dor e a crise para mostrar o que somos, mas é necessário que não nos conformemos com a dor. Não podemos nos acostumar com o que é ruim.

A capacidade de adaptação é uma de nossas características fundamentais. Acostumamo-nos com tudo: com casamentos ruins, com uma vida miserável, toleramos opressões e alguns conseguem mesmo se acostumar com a dor e a com a enfermidade. O que por um lado pode ser uma bênção, pode se tornar um impedimento para recebermos a bênção de Deus. A primeira condição para recebermos é um santo inconformismo com o presente, uma gloriosa expectativa de que as coisas podem ser diferentes se tão somente atrairmos o olhar do Pai.

Quando dissermos basta à situação, ela começará a mudar. O jovem não se conformou em viver como porco. Mesmo sabendo que era responsável por aquela situação, ele preferiu confiar no amor do pai e voltar para casa. Se ele tivesse se acomodado, nunca teria voltado para casa.

4. Não há mudança sem dor

Certa vez, alguém disse acertadamente que crescer dói. Toda mudança vem acompanhada de crises, perdas e pressões. Não podemos ter a ilusão de que cresceremos sem dor. Aqueles que estão buscando apenas o conforto e o prazer terão dificuldades em avançar. Naturalmente não buscamos a dor, mas não temos a ilusão de que poderemos mudar sem provar dela. Se o filho pródigo tivesse investido o seu dinheiro e prosperado, ele nunca teria voltado. A perda o levou à mudança.

A perda é também a cura mais rápida para a ingratidão. Só depois de perder tudo é que o jovem percebeu o valor daquilo que havia perdido, como o valor da casa do pai que ele havia abandonado.


5. Você nunca mudará quem é até perceber quem poderia ser

O que você vê determina o que você sente. O que você sente determina o que você faz. E o que você faz determina quem você é. Comece a ver quem Deus planejou que você fosse e você terá fé para entrar nessa realidade.

O jovem pródigo estava ali sentado junto aos porcos pensando que poderia estar em uma posição melhor se pelo menos pudesse ser um empregado de seu pai. Ali ele começou a ver o que ele poderia ser. Ele não viu tudo claramente porque sua mente lhe permitia ver apenas parte do que poderia ser. Mas aquela pequena luz foi suficiente para levá-lo a sair da sua posição de miséria e avançar para o seu verdadeiro destino. Você ficará dando voltas intermináveis na vida a não ser que perceba o que você pode vir a ser em Deus. Mude o seu foco.


6. Você será lembrado pelos problemas que resolveu ou pelos que criou

Nós decidimos como queremos ser lembrados no futuro. Aqueles que resolvem problemas deixarão saudade, mas aqueles que são problemas vão sem fazer falta alguma. O jovem tornou- -se célebre pelos problemas que ele causou ao seu pai. Além do prejuízo financeiro e das noites em claro, podemos imaginar a angústia e a saudade daquele homem preocupado com o filho.

Você decide como quer ser lembrado ou mesmo se quer ser lembrado. Se você quer ser lembrado, mude a sua postura. Em vez de ser um problema, torne-se um resolvedor de problemas. Faça parte da solução, e não do problema.


7. Deus nunca consulta o seu passado para determinar o seu futuro

O pai não determinou o futuro do jovem com base nas decisões passadas de seu filho, não se baseou nos erros e orgias dele com os amigos, nem por ter perdido o dinheiro da família, mas o determinou, sim, com base em sua nova postura e decisão.

Não fique preso ao seu passado como se o projeto de Deus para a sua vida estivesse condicionado a ele. Jogue fora a culpa e creia no completo perdão do Pai. Imagine se o filho pródigo rejeitasse a festa dizendo-se desmerecedor. Aquilo feriria o coração do pai muito mais. Muitos pródigos têm rejeitado a festa do pai porque não conseguem esquecer o passado. Afinal, eles pensam: “Nem ao menos uma punição, uma repreensão, uma dura?” O amor do pai é absolutamente constrangedor. Alguns certamente se sentiriam mais confortáveis em casa se o pai lhe desse uma tremenda surra no regresso. Mas a surpreendente atitude do pai foi manifestar graça. Em vez de dar ao filho o que ele merecia, deu o que ele nunca poderia ter de outra forma: uma nova herança.

Fonte: 21 Dias para um avivamento pessoal — Pr. Aluízio Silva

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