Deus se tabernaculou em Jesus. O que isso significa? Significa que Jesus foi a expressão de Deus enquanto habitou em nosso meio. Quando as pessoas o viam, elas viam o próprio Deus. Hoje, Jesus se tabernaculou em nós. Somos sua expressão na terra.
Onde quer que estejamos, seja no prédio da igreja, seja na escola, faculdade, trabalho e principalmente no discipulado, precisamos ter o entendimento dessa responsabilidade. Somos modelo. Fomos chamados para expressá-lo, de tal maneira que, ao olharem para nós, possam vê-lo. A partir dessa realidade, edificamos e influenciamos aqueles que estão ao nosso lado. (1 Tm 1.16)
As pessoas estão olhando para nós. Muitos falam: “Eu sou o que sou”, e não se importam com os outros. Paulo diz que devemos servir de modelo para a igreja. Pensando nisso, deve haver em nós uma preocupação em sermos alguém que inspira outros a serem como nós somos em Cristo.
Devemos ser padrão na Palavra
[...] torna-te padrão dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza. (1 Tm 4.12)
Devemos ser alguém que conhece a Palavra, que gasta tempo lendo a Bíblia, livros que edificam. Devemos orar como Paulo orou em Efésios 1.17, para que “o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele”. Revelação é ver como Deus vê, é compreender com o espírito o que já havíamos compreendido com a mente. A revelação da Palavra nos enche, revigora e alimenta. Precisamos rejeitar a palavra somente escrita, o “logos”, que alcança somente a nossa mente. Como líderes, devemos ser cheios de Deus, discernindo sua voz e direção em todo o tempo, pois pessoas e ministérios dependem de nós. Quem tem revelação tem direção de Deus.
É importante estabelecer no discipulado um plano de leitura da Bíblia em um ano, separar alguns livros que serão estudados e compartilhados nas reuniões. É importante motivar os discípulos a compartilhar a Palavra na reunião de discipulado, a ter sempre algo queimando no coração. Podemos fazer rodízio entre os irmãos para que todos tenham oportunidades de falar de suas experiências. Essas práticas farão com que cada um busque em Deus a revelação da sua Palavra, o que com certeza produzirá crescimento.
Devemos ser padrão no procedimento e na fé
Como dissemos antes, as pessoas nos observam o tempo todo. Fomos colocados por Deus na posição em que estamos, e isso, além de ser uma grande responsabilidade, é um grande privilégio. Nas reuniões de celebração, nos cultos, nossa postura é de extrema importância. Nossos líderes falarão como falamos, orarão como oramos. A intensidade é contagiante. Líderes intensos vão gerar discípulos intensos.
Devemos ser padrão na pureza
Eu me converti aos vinte e um anos. Tive uma juventude completamente influenciada pelos padrões do mundo. Ao chegar à igreja, deparei-me com um novo padrão, seguido pelas líderes daquela época. Automaticamente, decidi me espelhar nelas e me incluí nesse novo padrão. Lembro que, antes de colocar certas roupas, eu pensava: “Será que aquela pessoa usa esse tipo de roupa?” Era algo natural e espontâneo. Havia modelos para que eu pudesse me espelhar.
Talvez você pense que isso seja algo simples, sem importância, mas a Bíblia nos ensina muito acerca dos padrões devidos ao povo de Deus. Valorizamos tudo o que Deus valoriza. Se está na Bíblia, é porque tem valor para Deus. Valorizamos tudo aquilo que tem valor para Deus.
Devemos ser padrão de santidade, decência e bom senso.
Da mesma sorte, que as mulheres, em traje decente, se ataviem com modéstia e bom senso. (1 Tm 2.9)
Algumas vezes, vemos pessoas dizerem: “Mas não gosto desse tipo de roupa, eu me sinto bem vestida de outro jeito”. Tudo isso é uma questão de princípio: A quem agradar? Para quem estou me vestindo? Reconheço que não é fácil encontrar roupas prontas que sejam padrão para nós. Contudo, se for necessário, precisamos adaptá-las. A vida cristã não é uma questão de fora para dentro, mas de dentro para fora. Quando somos transformados internamente, isso se manifesta exteriormente. O que nós exteriorizamos somente revela o que está dentro de cada um de nós. Uma vez que Deus começou uma obra dentro de nós, jamais seremos os mesmos. Aleluia!
Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência. (Ef 2.1-2)
O termo “outrora” nos fala de outro tempo, de antigamente. Antes, andávamos segundo o curso deste mundo. Nosso falar, nosso agir e até nosso vestir eram conforme os padrões deste mundo. Agora, andamos segundo outro curso: não dependemos da moda, nosso padrão é o que está de acordo com a Palavra de Deus.
Abriram-se, então, os olhos de ambos; e, percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si. (Gn 3.7)
Adão caiu em pecado e logo percebeu que estava nu. Ao perceber seu estado, ele imediatamente procurou cobrir sua nudez. A roupa, no início, foi feita no intuito de cobrir. Hoje, a roupa é feita para descobrir e expor a nudez. Segundo este mundo, quanto mais ela mostra a nudez, ou seja, quanto mais é sensual mais bonita será.
Em Efésios 4.1, Paulo faz uma oração: “Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados” (grifo da autora). Reconheço que o padrão estabelecido para a vida cristã é alto. Entretanto, se o Senhor nos chamou para essa sublime vocação, creio que Ele nos capacitará com sua vida para que vivamos de modo digno, como vencedores.
Somos nova criatura. Em Gálatas 2.20, Paulo declara: “Não sou mais eu quem vivo, mas Cristo vive em mim”. Proclamamos muito esse versículo, mas será que temos revelação do que ele significa? Cristo habita em nosso espírito, ou seja, Ele mora dentro de mim e de você. Aonde vamos, Ele também vai: à faculdade, à escola, ao trabalho, a todos os lugares.
Suponhamos que você tenha acabado de receber um acerto trabalhista e está carregando em seu bolso uma quantia de cem mil reais em uma avenida muito movimentada. Se fosse um dia normal, carregando em sua carteira apenas a quantia costumeira, não haveria problema, mas imagine agora essa situação: você, andando num lugar como esse, com cem mil reais no bolso, como seria o seu comportamento? Imagino que você andaria de forma completamente diferente, totalmente atento a qualquer movimento suspeito.
Diante disso, gostaria de fazer ainda uma pergunta: quem você carrega dentro de você? O conhecimento da riqueza que carregamos altera completamente o nosso comportamento! Quando temos revelação do valor que está em nós, teremos uma mudança completa em todas as áreas da nossa vida, onde quer que estejamos. Aquilo que carregamos determina a maneira como andamos, aonde vamos, com quem falamos, como nos comportamos.
Muitas vezes, até nos vestimos adequadamente na reunião da igreja, no trabalho. Mas e nas festas, casamentos, o que acontece? Quem está dentro de nós por acaso tira férias, deixa de estar conosco quando vamos a certos lugares? Não, Ele está em nós em todo o tempo. Não está de passagem, habita em nosso espírito. O que precisamos é de revelação dessas verdades para que vivamos de um modo digno da vocação a que fomos chamados.
Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm; todas são lícitas, mas nem todas edificam. (1 Co 10.23)
A palavra “lícito” significa admissível, permissível. Muitas coisas nos são permissíveis, mas nem todas nos convém. Não devemos concordar com tudo o que os outros concordam. Para a multidão, para muitas pessoas, certas roupas são aceitáveis; mas, para os discípulos, não. Somos responsáveis por instruir e exortar nossos discípulos em amor a respeito desse assunto. Fomos libertos da lei, mas não abrimos mão da santidade e do bom senso em nosso meio
Todavia, andemos de acordo com o que já alcançamos. (Fp 3.16)
Devemos andar de acordo com o que já alcançamos: com o que vimos na Palavra de Deus. As pessoas andam segundo o modelo que somos. Será que poderíamos falar como Paulo, exortando nossos discípulos a serem nossos imitadores, como Ele era de Cristo? Somos dignos de ser imitados? Fomos levantados para exercer influência, para motivar e levar as pessoas a andar como nós! Ser modelo de Cristo é ser espelho, é inspirar outros a ser e gerar filhos semelhantes ao Pai. Geramos sementes segundo a nossa espécie. Que espécie de semente estamos gerando? Não queremos ser apenas sementes que se reproduzem em liderança, em números, mas queremos ser sementes que têm o selo de qualidade, o padrão de Deus, que manifesta a sua santidade. Quanto mais do Senhor tivermos, mais nos pareceremos com Ele. Nós nos parecemos com quem andamos. O Senhor fará de você um padrão para aqueles que estão ao seu lado.
[...] e, por meio de nós, manifesta em todo lugar a fragrância do seu conhecimento. Porque nós somos para com Deus o bom perfume de Cristo. (2 Co 2.14,15)
Você já esteve perto de alguém que estava usando um bom perfume? Mesmo que não conheçamos a pessoa, dá vontade de perguntar: “Que perfume é esse que você está usando?” Nós também somos assim. Somos para com Deus o bom perfume de Cristo. As pessoas, quando nos virem e sentirem esse aroma agradável, serão atraídas para o Senhor e desejarão ser como nós somos. Talvez você esteja preocupado: “Será que o que há em mim é suficiente para fazer tudo isso?”
Começamos, porventura, a recomendar-nos a nós mesmos? Ou temos necessidade, como alguns, de cartas de recomendação para vós outros ou de vós? Vós sois a nossa carta, escrita em nosso coração, conhecida e lida por todos os homens, estando já manifestos como carta de Cristo, escrita não com tinta, mas pelo Espírito do Deus vivente. (2 Co 3.1-3)
Tudo o que temos, o que somos ou o que já alcançamos não vem de nós, mas de Deus. Se alguma coisa temos tido, é porque do céu nos tem sido dada. Não devemos olhar para nós mesmos, mas para aquele que tem nos levantado e nos estabelecido como líderes. O texto acima nos garante que devemos nos recomendar uns aos outros, não por acharmos que somos alguma coisa, mas pela obra do Espírito de Deus em nós.
Fonte: Discipulando mulheres com sucesso
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