Louvo ao Senhor ao ver tantas crianças e juvenis recebendo uma herança espiritual através da nossa vida no ministério Radicais Kids. Não são poucos os juvenis que testemunham terem recebido uma unção transferida em uma palavra, em um culto, no encontro ou em um retiro. Não são poucos os obreiros e os pastores entre nós hoje que cresceram debaixo da influência dessa visão, os quais, durante muito tempo, estiveram em nossas células quando eram crianças e juvenis.
Existem coisas na vida que precisamos esperar para ver. Todavia, os frutos do ministério com crianças em que temos liderado são a prova de que o investimento no tempo certo funciona e que dá muito fruto. No início, não sabíamos como realizar o trabalho plenamente, pois não tínhamos precedentes para nos espelhar. Foi o Senhor que nos instruiu em tudo o que fizemos, por isso podemos ver frutos sadios que permanecerão florescendo mais e mais a cada dia. Deus precisa encontrar um coração de pai para fazer fluir o seu amor até alcançarmos milhares daqueles que estão órfãos espiritualmente. Em 1 Coríntios 4.14-16, Paulo nos mostra esse tipo de realidade em nossa liderança. Está escrito:
Não vos escrevo essas coisas para vos envergonhar; pelo contrário, para vos admoestar como a filhos meus amados. Porque, ainda que tivessem milhares de preceptores em Cristo, não teríeis, contudo, muitos pais, pois eu, pelo evangelho, os gerei em Cristo Jesus. Admoesto-vos para que sejais meus imitadores. (1 Co 4.14-16)
A igreja de Corinto foi fundada por Paulo. Ele havia sido o apóstolo usado por Deus para edificá-los na verdade do evangelho. Paulo chama os coríntios de filhos porque ele os gerou. Nesse texto, Paulo menciona a palavra “preceptor”, que era alguém de confiança e responsável por cuidar de uma criança, ou seja, que a levava e trazia da escola, que cuidava do seu alimento e vestuário.
Mas o que Paulo queria dizer com isso? Ele dizia que, ainda que os coríntios tivessem preceptores ou instrutores para apontar o caminho de Cristo, o que eles precisavam era de pais.
As crianças podem até ter muitos preceptores e instrutores. Podem ter líderes que vão à célula para ministrar uma lição. Eles vão e voltam semanalmente, mas não lideram com o coração, por isso a vida das crianças não é transformada. As crianças não precisam de líderes assim, elas precisam de pais espirituais. Um preceptor não deixa marcas, somente lembranças. Um pai deixa recordações, mas, antes de tudo, ele deixa marcas.
Um preceptor não tem a disposição de investir a vida para ver o crescimento daquele a quem cuida. Um preceptor não é um pai. Um pai tem filhos, um preceptor tem alunos. Um pai investe tudo o que tem em seu filho. Como pais espirituais, transferimos uma unção, imprimimos um DNA espiritual e marcamos a vida de nossos filhos.
Algum tempo atrás, uma adolescente que havia frequentado nossas células quando era criança abraçou-me chorando. Ela dizia que me amava muito e o quanto havia sido abençoada em nossos reencontros do Cursão. Em prantos, dizia que havia recebido um chamado da parte de Deus para ser pastora e que eu havia sido um instrumento de Deus em sua vida. Isso é gratificante! Temos sido pais espirituais de milhares de crianças e juvenis. Temos passado a eles uma unção, um legado para a eternidade.
QUEBRANDO A MALDIÇÃO E LIBERANDO A BÊNÇÃO DE DEUS NAS FAMÍLIAS
Ele converterá o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos a seus pais, para que eu não venha e fira a terra com maldição. (Ml 4.6)
No livro de Malaquias, Deus coloca uma condição para não vir e ferir a terra com maldição. Essa condição está intimamente ligada ao relacionamento de pais e filhos, a qual exige que ambos convertam o coração uns aos outros. Se o coração dos pais não se voltar para seus filhos, a terra será ferida com maldição. Há uma maldição reservada para esta geração que está perdida sem Deus, e nós, a igreja, somos a única salvação para ela. Quantos são filhos de pais separados? Quantos estão debaixo da maldição de seus pais? O Senhor quer restaurar a bênção entre as gerações e Ele vai usar os pais espirituais para isso.
Teremos crianças destruídas sendo restauradas quando nos posicionarmos como pais espirituais sobre a vida delas. Que tipo de pais? Pais que se posicionam espiritualmente para quebrar as maldições, para se colocar no lugar de seus pais naturais e amá-las com o amor de Deus. Ao fazermos isso, o Senhor afastará a maldição que estava reservada para eles, porque pais espirituais se levantaram para tampar as brechas, para amá-las no lugar de seus pais naturais.
Em vez de uma geração destruída pela maldição da separação, do ódio, da idolatria, da morte, da enfermidade, do ateísmo e da indiferença espiritual, teremos uma geração curada, restaurada, que se levanta com autoridade contra as trevas para destruir as obras do diabo, uma geração ousada, intrépida, para liberar a bênção sobre outras que estavam ameaçadas pela destruição. Em vez da maldição reservada para esta e as próximas gerações, nossos filhos serão levantados como líderes para restaurar e edificar outras vidas.
Os teus filhos edificarão as antigas ruínas; levantarás os fundamentos de muitas gerações e serás chamado reparador de brechas e restaurador de veredas para que o país se torne habitável. (Is 58.12)
Nestes dias, estamos reproduzindo filhos espirituais que serão instrumentos de restauração para as famílias. Nosso legado será passado e não vai estagnar onde estamos. Vamos ganhar a próxima geração, e esta será pai e mãe das outras que virão.
Deus nos chamou para gerar uma linhagem espiritual. Será algo grande que nós não podemos ver com os nossos olhos naturais. Seremos como degraus na vida deles. Eles subirão em nossos ombros e irão mais longe do que nós. Farão canções que não fizemos, gravarão CDs que não gravamos e abrirão igrejas em lugares que nós não abrimos.
Fonte: Liderança frutífera — Pra. Marília Pedroza
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