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O esforço do descanso

A obra de Deus é toda feita pelo próprio Deus. Quando o Senhor decidiu criar o homem, primeiro Ele criou todas as coisas e depois plantou o jardim do Éden. Quando tudo já estava pronto, Adão foi criado. O trabalho já estava concluído e Deus já havia entrado no seu descanso, só então o homem é convidado a participar da obra de Deus. Como Adão, nós apenas cultivamos o que Deus já plantou, apenas participamos do seu descanso.

O homem foi criado no sexto dia. Isso indica que o primeiro dia do homem foi o sétimo de Deus, ou seja, o dia do descanso. Isso certamente aponta para o princípio espiritual de que toda a obra de Deus em nós depende de aprendermos a entrar no seu descanso.

Quando Deus livrou o povo de Israel da escravidão do Egito e o conduziu a Canaã, Ele fez questão de mencionar que o povo não precisava fazer coisa alguma. Eles entrariam em casas que não haviam construído, poços que não haviam cavado e plantações que não haviam semeado. Eles participariam da bênção e da obra completa de Deus.


Havendo-te, pois, o SENHOR, teu Deus, introduzido na terra que, sob juramento, prometeu a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó, te daria, grandes e boas cidades, que tu não edificaste; e casas cheias de tudo o que é bom, casas que não encheste; e poços abertos, que não abriste; vinhais e olivais, que não plantaste. (Dt 6.10-11)

 

O mesmo princípio se aplica à obra de Cristo. Se Adão já recebeu o jardim pronto e o povo de Israel herdou uma nação pronta, nós também recebemos uma salvação completa.

Temos salvação quando descansamos no que Deus fez por meio de Cristo. A maior de todas as bênçãos que recebemos é a salvação, e ela é recebida quando descansamos. Se a salvação é recebida assim, por que as outras bênçãos nos seriam dadas de outra forma? Todas as bênçãos são recebidas pelo descanso da fé. Deus deseja que vivamos no descanso porque a fé é o descanso.

 

O temor de não entrar no descanso (Hb 4.1-4)

A Bíblia fala o tempo todo que não devemos temer. Essa foi a palavra para Josué. Por várias vezes, o Senhor lhe disse: “Não temas, eu sou contigo!” Essa foi a palavra proferida ao povo de Israel cada vez que enfrentavam seus inimigos (2 Cr 20.15). E também foi a palavra de Jesus para seus discípulos (Mt 14.27). A vontade de Deus é que lancemos fora todo medo.

Entretanto, existe uma coisa que o Senhor falou para temermos, o temor de não entrar no descanso.


Temamos, portanto, que, sendo-nos deixada a promessa de entrar no descanso de Deus, suceda parecer que algum de vós tenha falhado. Porque também a nós foram anunciadas as boas-novas, como se deu com eles; mas a palavra que ouviram não lhes aproveitou, visto não ter sido acompanhada pela fé naqueles que a ouviram. Nós, porém, que cremos, entramos no descanso, conforme Deus tem dito: Assim, jurei na minha ira: Não entrarão no meu descanso. Embora, certamente, as obras estivessem concluídas desde a fundação do mundo. Porque, em certo lugar, assim disse, no tocante ao sétimo dia: E descansou Deus, no sétimo dia, de todas as obras que fizera. (Hb 4.1-4)

 

O motivo pelo qual podemos descansar é porque Deus conclui todas as suas obras desde a fundação do mundo.

Einstein postulou que, se construíssemos uma máquina que viajasse na velocidade da luz, estaríamos fora do tempo, o tempo não existiria para nós. Se viajássemos na velocidade da luz pelo espaço, quando voltássemos, as pessoas teriam envelhecido, mas nós continuaríamos jovens. Isso acontece porque estaríamos em outra relação com o tempo contínuo. Deus, porém, não vive no tempo, pois Ele é a própria luz. Na verdade, Ele mesmo criou a luz e, debaixo da luz, todas as obras já foram concluídas. Quando entramos no descanso, quando dizemos que Deus é o nosso descanso, entramos numa área fora do tempo, entramos na dimensão do Espírito.

Deus viu tudo o que era necessário para sua vida e Ele terminou todas as coisas das quais você iria precisar antes de você existir. Tudo o que era necessário para sua vida foi concluído muito antes de você nascer. Na verdade, o próprio Senhor Jesus foi morto antes da fundação do mundo. Não podemos compreender isso com a mente, mas podemos entender com o coração.


Nós, porém, que cremos, entramos no descanso, conforme Deus tem dito: Assim, jurei na minha ira: Não entrarão no meu descanso. Embora, certamente, as obras estivessem concluídas desde a fundação do mundo. (Hb 4.3)


E adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo. (Ap 13.8)

 

Precisamos caminhar na dimensão da obra que já foi terminada. Alguém pode dizer: “Mas estou doente e meu corpo dói!” Todavia, a Palavra de Deus diz que sua obra de cura já foi completada. “Mas estou tendo problemas com meus filhos!” Porém, a Palavra de Deus diz que devemos erguer as nossas mãos e nos fortalecer cantando louvores. A obra está terminada, e Deus deseja que você entre nesse descanso.

No jardim do Getsêmani, Jesus seria crucificado algumas horas depois, mas Ele orou dizendo a Deus que havia terminado a obra que viera fazer (Jo 17.4). Como Ele poderia dizer isso se ainda não havia morrido na cruz? Ele vivia na segurança da obra terminada. Esse é o motivo por que Ele era tão tranquilo e descansado. Hoje, sempre que enfrento um problema, digo: “A obra já está terminada. Eu posso entrar no descanso de Deus”.

 

A bênção do descanso (Hb 4.5-10)

No Salmo 23, a primeira coisa que o Senhor faz é nos levar para repousar em pastos verdejantes e descansar junto das águas tranquilas. Assim, a primeira condição para termos a provisão de Deus é o descanso. O suprimento só flui quando descansamos em Deus.

 

O SENHOR é o meu pastor; nada me faltará. Ele me faz repousar em pastos verdejantes. Leva-me para junto das águas de descanso. (Sl 23.1-2)

 

Podemos ver o mesmo princípio no Salmo 91. Todas as bênçãos que o salmista descreve estão disponíveis somente para aquele que está descansando na sombra do Onipotente.

 

O que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Onipotente. (Sl 91.1)

 

O poder de Deus é liberado quando entramos no descanso. O descanso é a expressão mais poderosa de fé.

 

Porque assim diz o SENHOR Deus, o Santo de Israel: Em vos converterdes e em sossegardes, está a vossa salvação; na tranquilidade e na confiança, a vossa força, mas não o quisestes. (Is 30.15)

 

Nunca pense, porém, que o descanso de Deus é o mesmo que passividade. Há uma grande diferença entre descanso e passividade. Podemos ver claramente, em Exôdo 17, essa diferença da luta do povo de Israel contra Amaleque.

Amaleque veio guerrear contra Israel em Refidim. A palavra “Refidim” significa “lugar de descanso”. Amaleque sempre vem para lutar contra você no seu lugar de descanso. A palavra “Amaleque” vem de outra palavra hebraica, “amal”, que significa “dor, fardo pesado e trabalho árduo”. Veja que isso é exatamente o oposto de descanso.

Deus disse que haveria guerra permanente contra Amaleque. Isso significa que essa é a única guerra para a qual somos chamados: a guerra do descanso. É a guerra para vencer a tentação de fazer as coisas em nossa própria força, sem depender do poder de Deus.

Devemos, sim, lutar pela alma dos homens, por nossa casa, família, filhos e cônjuge, mas essa luta precisa ser no descanso de quem sabe que a obra já foi completada.

Em Mateus 12.43, Jesus disse que, quando um demônio sai de uma pessoa, ele procura um lugar para descansar. Isso significa que o diabo não tem descanso e seu alvo é fazer com que vivamos em preocupação, medo e angústia em todo o tempo, mas, quando entramos no descanso, retiramos todo espaço do diabo em nós. O inimigo não pode entrar onde existe o descanso de Deus.

 

Fonte: O descanso da graça — Pr. Aluízio Silva

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