A Bíblia fala de algum tipo de governo aprovado por Deus? Deus seria democrático?
Em primeiro lugar, é necessário entender a diferença entre os tipos de governo, que são formas de exercício do poder. Podemos citar aqui a autocracia, autoritarismo, fascismo, absolutismo, etc. Também democracia, oligarquia, aristocracia, comunismo e teocracia. Em segundo lugar, temos os regimes ou sistemas de governo que definem a administração interna de cada governo. Podem ser presidencialismo ou parlamentarismo, entre outros.
Apenas dois tipos de governo são suficientes para entendermos na Palavra a vontade perfeita de Deus para esse assunto tão importante. Por exemplo, a democracia, o tipo de governo do Brasil, é o governo em que se pressupõe que o povo exerça soberania ao escolher seus governantes por meio das eleições. Mas há outro tipo de governo citado na Bíblia: a monarquia, ainda que não seja o tipo de governo aprovado por Deus.
Monarquia é a forma mais antiga de governo ainda em vigor. Nela, o chefe de Estado se mantém no cargo até a sua morte ou a sua abdicação e renúncia, sendo normalmente um regime hereditário que é passado normalmente de pai para filho. Nessa forma de governo, para ficar mais rico ainda, o monarca pode ser até o chefe de Estado.
Veja o que a Bíblia diz a respeito dessa transição na qual o governo de Deus foi abandonado por Israel, aqueles que o próprio Deus escolheu governar.
Em 1 Samuel 8, a Bíblia diz: “Tendo Samuel envelhecido, constituiu seus filhos juízes por Israel”. Samuel era a mais alta autoridade em Israel, ele era juiz sobre Israel, e a Bíblia diz que os filhos de Samuel não andavam pelos caminhos de Deus, nem pelos caminhos do seu pai Samuel, antes se inclinaram à avareza, aceitaram os subornos, perverteram o direito. A Bíblia diz que os anciãos de Israel se congregaram, vieram a Samuel e lhe disseram: “Já estás velho e os seus filhos não andam pelos seus caminhos”. Aí vem o erro de pedirem que constituísse agora um rei sobre eles para que os governassem. Eles fizeram isso porque diziam: “Como todas as outras nações têm reis e nós não temos?” Porém, a Bíblia diz que essa palavra não agradou a Samuel quando disseram: “Dá-nos um rei para que nos governe”. A Bíblia diz que Samuel orou, pois, ao Senhor e Ele lhe respondeu: “Atende à voz do povo em tudo quanto te diz, pois não te rejeitou a ti, Samuel, mas a mim para eu não reinar sobre ele”. Deus, então, elabora uma lista de coisas que Ele tinha feito, desde quando os constituiu como nação, tendo-os tirado com mão forte do Egito, e dá uma relação da manifestação do seu amor, do seu poder e das suas obras sobre Israel. Todavia, em 1 Samuel 8.9, Deus deu direções e estabeleceu critérios: “Agora, pois, atende a sua voz, mas adverte toda a nação solenemente e explica-lhe qual será o direito do rei que houver de reinar sobre ele”. Então, Deus estabeleceu os seus critérios diante da rejeição ao governo teocrático, que foi o governo estabelecido segundo sua vontade, mas a nação rejeitou para sua própria ruína.
Voltando à pergunta inicial: qual é o tipo de governo aprovado por Deus? Não é o democrático, não é o monárquico, não é o oligárquico e nem é o republicano. O tipo de governo que Deus aprova é o teocrático, em que a decisão de Deus tem a primazia. O sonho de Deus é estabelecer a proeminência de seu governo em toda a terra, porque é perfeito. “E, indo, pregai, dizendo: É chegado o Reino dos céus” (Mt 10.7). Aqui começa o maior mover da história, quando Jesus começa a colocar em prática o governo estabelecido na rocha, que é o próprio Cristo. Por essa razão, Jesus nos ensinou a orar: “Venha o teu reino, seja feita a sua vontade, assim na terra como no céu”. Este, sim, é o tipo de governo perfeito, com Cristo à testa do governo de toda a terra. Venha o teu reino, Senhor!
Luiz Rigonato – pastor da Videira em Goiânia e supervisor da VINHA.
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