Uma pergunta que sempre me fazem é se no Novo Testamento nós ainda precisamos entregar o nosso dízimo a Deus. Eu sempre respondo com outra pergunta: “O pão e o vinho da ceia permanecem?” Eles invariavelmente respondem que sim, então lhes digo que, se o pão e o vinho permanecem, então o dízimo é para hoje também. A minha resposta é baseada no fato de que a primeira menção do dízimo vem junto com o pão e o vinho. Está em Gênesis 14, quando Abraão se encontrou com Melquisedeque. A Nova Aliança é uma continuação da Aliança Abraâmica. Hoje, somos filhos de Abraão. Muito antes de haver sacerdotes em Israel, havia um sumo sacerdote em Jerusalém chamado Melquisedeque (Gn 14.17-20).
Tendo sido nomeado por Deus sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque. (Hb 5.10)
Creio que Melquisedeque era uma teofania, uma manifestação de Cristo em forma humana no Velho Testamento.
Porque este Melquisedeque, rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, que saiu ao encontro de Abraão, quando voltava da matança dos reis, e o abençoou, para o qual também Abraão separou o dízimo de tudo (primeiramente se interpreta rei de justiça, depois também é rei de Salém, ou seja, rei de paz; sem pai, sem mãe, sem genealogia; que não teve princípio de dias, nem fim de existência, entretanto, feito semelhante ao Filho de Deus), permanece sacerdote perpetuamente. Considerai, pois, como era grande esse a quem Abraão, o patriarca, pagou o dízimo tirado dos melhores despojos. (Hb 7.1-4)
Abraão veio e entregou o dízimo de tudo o que possuía a Melquisedeque. Esse Melquisedeque, que é o próprio Cristo, trouxe a Abraão pão e vinho, representando a comunhão. Nós ainda hoje praticamos a comunhão com o pão e o vinho porque estamos debaixo do sacerdócio de Melquisedeque. Não praticamos as coisas da lei representadas pelo sacerdócio levítico, mas, como filhos de Abraão, ainda estamos debaixo do sacerdócio de Melquisedeque. A Bíblia não diz que somos abençoados com a bênção de Davi ou com a bênção de Daniel, mas que somos abençoados com a bênção de Abraão.
Somos filhos de Abraão, e Abraão chegou diante de Melquisedeque com as mãos cheias. A salvação é chegar diante de Deus com as mãos vazias para receber, mas adoração é chegar com as mãos cheias para ofertar. Uma vez que você é salvo, é uma vergonha chegar diante de Deus de mãos vazias como se Ele não o tivesse abençoado. Abraão estava voltando de uma vitória sobre quatro reis. Melquisedeque veio ao seu encontro e lhe deu pão e vinho para fortalecê-lo, restaurar o ânimo e trazer descanso. Abraão trouxe o dízimo de tudo como forma de dizer o quanto Deus lhe tinha abençoado.
Para ilustrar como Melquisedeque era grande, a Palavra de Deus diz que Abraão entregou o dízimo de tudo o que tinha para ele. Nós sabemos que Melquisedeque é Cristo, e a maneira como demonstramos a grandeza do Senhor é lhe entregando o dízimo.
Considerai, pois, como era grande esse a quem Abraão, o patriarca, pagou o dízimo tirado dos melhores despojos. (Hb 7.4)
O objetivo primário do dízimo não é nos fazer prosperar, ainda que certamente isso acontecerá, mas o alvo primário do dízimo é proclamar quão grande é o Senhor Jesus. O argumento de Hebreus é bem claro, se o sacerdócio de Melquisedeque é eterno, então o pão, o vinho e o dízimo também são perpétuos.
Aliás, aqui são homens mortais os que recebem dízimos, porém ali, aquele de quem se testifica que vive. (Hb 7.8)
No verso 8, o texto diz que “aqui são homens mortais os que recebem dízimos, porém ali, aquele de quem se testifica que vive”. O pão e o vinho são para testemunhar a morte do Senhor, mas o dízimo é para testificar que Ele vive eternamente. Quem recebe o dízimo de Abraão é o próprio Senhor Jesus, aquele que vive eternamente. A fim de mostrar quão grande é o sacerdócio de Melquisedeque, o autor de Hebreus diz que o sacerdócio de Levi pagou o dízimo a Melquisedeque na pessoa de Abraão. Levi era o bisneto de Abraão, mas se diz que ele estava ali com Abraão oferecendo o dízimo.
E, por assim dizer, também Levi, que recebe dízimos, pagou-os na pessoa de Abraão. Porque aquele ainda não tinha sido gerado por seu pai, quando Melquisedeque saiu ao encontro deste. (Hb 7.9-10)
Esta é a prova da superioridade de Melquisedeque, porque o verso 7 diz que o inferior é abençoado pelo superior. Creio que isso também mostra que, quando damos o dízimo, nossos filhos, netos e bisnetos estão dando também, porque estão em nós e também serão abençoados.
O significado da décima parte
Muitos gostam de dizer que o dízimo é parte da lei, mas a verdade é que Abraão e Melquisedeque nunca estiveram debaixo dela. Por que Abraão deu o dízimo? Por que 10%? O que há de tão profundo a respeito da décima parte? Numa certa ocasião, Abraão mandou que seu servo fosse buscar uma noiva para seu filho Isaque. O servo, então, tomou dez camelos dos bens de Abraão. Aqueles dez representavam toda a riqueza de Abraão. Para Deus, dez representa o todo.
Tomou o servo dez dos camelos do seu senhor e, levando consigo de todos os bens dele, levantou-se e partiu, rumo da Mesopotâmia, para a cidade de Naor. (Gn 24.10)
Muitos resistem a entregar o dízimo, dizendo que tudo o que possuem já pertence a Deus. É como aquele marido que diz a sua esposa: “Tudo o que tenho é seu. Para que precisamos separar um dia para ficarmos juntos? Todo o meu tempo é seu”. Pergunte a qualquer esposa o que ela acha disso. O resultado desse tipo de conversa é que o marido não quer dar tempo algum. O Senhor diz que, se dermos 10%, Ele receberá como se isso fosse todos os nossos bens.
Por que há dez mandamentos? Simplesmente porque esses dez representam toda a lei. Se você cumprir esses dez, estará cumprindo toda a lei. A lei, na verdade, possui 613 mandamentos. Quando Faraó quis abençoar Jacó, mandou que se enviassem dez jumentos carregados com o melhor do Egito. Aqueles dez jumentos eram uma representação do melhor de todo o Egito (Gn 45.19-23). Poderia ter sido qualquer quantidade, mas Palavra de Deus diz que foi dez, porque dez representa a totalidade. Não basta dizer ao Senhor que tudo o que temos é d'Ele, mas dê a Ele o dízimo para representar essa verdade.
Quando Jacó saiu de sua casa fugindo do seu irmão, ele orou ao Senhor e fez um voto em Gênesis 28.20-22. Vinte e dois anos depois, ele ainda estava longe de casa, e seu sogro tentava enganá-lo. O Senhor lhe apareceu e lhe disse que se lembrava do voto dele.
Eu sou o Deus de Betel, onde ungiste uma coluna, onde me fizeste um voto; levanta-te agora, sai desta terra e volta para a terra de tua parentela. (Gn 31.13)
Deus mudou a condição genética das ovelhas. Ele mudou o salário de Jacó porque ele se lembrava do voto do dízimo. Este é o princípio dos dez na Palavra de Deus. Se você der o dízimo, os outros 90% serão santificados, e Deus o abençoará como se você tivesse dado tudo.
O dízimo remove a maldição do dinheiro
Sabemos que esse mundo ainda está debaixo de maldição, por isso devemos pregar para que os crentes creiam e entrem na bênção de Cristo. Apocalipse 22.3 diz que no futuro não haverá mais maldição. Hoje somos livres da maldição, mas precisamos ter cuidado com o que tocamos e permitimos que entre em nossa casa e em nossa vida. Se você coloca algo do diabo em sua casa, você sofrerá. Veja o dinheiro, por exemplo. Cada cédula é feita de papel, que procede de uma árvore que foi processada, que, por sua vez, cresceu da terra, a qual ainda está debaixo de maldição. Então, o dinheiro recebe a mesma maldição e, quando entregamos o dízimo, nós o abençoamos.
Não pense que é Deus quem nos amaldiçoa. Devemos ser precisos com a Palavra de Deus. Em Malaquias 3.9, o Senhor não disse que, se não devolvêssemos o dízimo, Ele nos amaldiçoaria. Ele apenas disse que o resultado disso seria maldição. O dízimo tem o poder de tirar a maldição do dinheiro. É interessante que a mesma expressão usada em Malaquias, “portas do céu”, é usada em Gênesis quando se diz que se abriram as comportas do céu no dilúvio. Creio que é esse tipo de bênção que o Senhor tem em mente quando entregamos o dízimo. O motivo de alguns ainda experimentarem maldição é porque não santificaram seu dinheiro com o dízimo, ou seja, não entregaram a Deus o que pertence a Ele. Como podemos fazer para que o nosso dinheiro seja puro? Paulo nos dá a resposta em Romanos 11.
E, se forem santas as primícias da massa, igualmente o será a sua totalidade; se for santa a raiz, também os ramos o serão. (Rm 11.16)
Paulo diz que, se as primícias forem santas, assim será toda a massa. E aquilo que é santo o diabo não toca. Ele é imundo, não pode tocar no que é santo. Depois de dar o dízimo, seu dinheiro é santificado. Aquilo que é santo é multiplicado e abençoado. O dinheiro em si mesmo é algo moralmente neutro. Se um homem bom usa o dinheiro, ele se torna bom, mas se um homem mau usa o dinheiro para a sua perversidade, então o dinheiro se torna mau. Como não existe nenhum homem bom, a Escritura trata sempre do dinheiro e do lucro como algo ligado à iniquidade.
E eu vos recomendo: das riquezas de origem iníqua fazei amigos; para que, quando aquelas vos faltarem, esses amigos vos recebam nos tabernáculos eternos. Quem é fiel no pouco também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco também é injusto no muito. Se, pois, não vos tornastes fiéis na aplicação das riquezas de origem injusta, quem vos confiará a verdadeira riqueza? (Lc 16.9-11)
Nesse texto, o Senhor Jesus diz duas vezes que as riquezas são de origem injusta. Não significa que você ganhou o seu dinheiro de forma ilegal, mas que todo o sistema financeiro é iníquo. Observe que o Senhor fala de verdadeira riqueza, e ela certamente aponta para as coisas do Espírito. Riquezas de origem injusta nos falam de dinheiro. Muitos acham que, se forem fiéis nas coisas espirituais, o Senhor lhes dará dinheiro, mas o Senhor diz exatamente o contrário: se formos fiéis com o dinheiro, Deus nos dará as coisas espirituais.
Aqueles que não dizimam sofrem financeiramente. Como posso dizer isso se somos abençoados com a bênção de Abraão? Somos abençoados, mas vivemos num mundo debaixo de maldição. Você permite que seus filhos vejam filmes de terror e depois eles têm pesadelo. Você ainda é abençoado, mas deixou que a maldição entrasse em sua casa. O dinheiro que você recebe já passou por muitas mãos. O dinheiro em si mesmo é neutro, mas, nas mãos de pessoas perversas, ele se torna mau. Quando chega a suas mãos, como você pode santificá-lo? Entregando o dízimo.
O dízimo está no Novo Testamento
Mas ai de vós, fariseus! Porque dais o dízimo da hortelã, da arruda e de todas as hortaliças e desprezais a justiça e o amor de Deus; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas. (Lc 11.42)
O Senhor não disse que não devemos entregar o dízimo, mas que deveríamos fazer isso focados na justiça e no amor de Deus. O Senhor nunca disse que, por estarmos debaixo da graça, não precisamos mais dar o dízimo. Precisamos abandonar toda hipocrisia em relação à prosperidade. Se você deseja coisas boas para os seus filhos, muito mais Deus. O Senhor quer que os seus filhos experimentem prosperidade e cura (Mt 7.7-11). O dízimo representa Cristo diante de Deus. Cristo é as primícias, assim como é o dízimo. Cada vez que você participa da ceia e entrega o dízimo, você está relembrando Deus a respeito do seu Filho.
Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem. Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda. (1Co 15.20, 23)
Cristo é as primícias e, uma vez que as primícias ressuscitaram, temos a garantia de que toda a colheita vai ressuscitar também. As primícias são o dízimo, e como o dízimo é abençoado, todo o resto é também. O que acontecer ao dízimo vai acontecer ao resto.
A revelação do dízimo
Somente aqueles que receberam a revelação sobre o dízimo deveriam entregá-lo. Não é uma questão de cumprir uma lei, mas de ser abençoado nesse tempo da graça. Se você vê o dízimo como uma obrigação da lei, você não está qualificado para entregá-lo. O que você pensa que sua esposa sentiria se você a beijasse apenas porque é uma obrigação da lei? E se você ainda dissesse: “Eu a beijo porque não quero que você me amaldiçoe”. Ou se você respondesse: “Eu a beijo para você ficar feliz e fazer comida para mim”. Ela se sentiria ultrajada.
Infelizmente, muitos entregam o dízimo por essas mesmas razões. Alguns têm medo da maldição, outros querem merecer uma bênção, e muitos o fazem apenas porque é um mandamento. Se sua esposa se sente ultrajada com um beijo dado com essas motivações, imagine o que Deus sente. Certamente, nesse tempo da graça, nós entregamos o dízimo, mas como resultado de revelação da graça. Abraão teve uma revelação que todos nós precisamos ter também.
Após voltar Abrão de ferir a Quedorlaomer e aos reis que estavam com ele, saiu-lhe ao encontro o rei de Sodoma no vale de Savé, que é o vale do Rei. Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; era sacerdote do Deus Altíssimo; abençoou ele a Abrão e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, que possui os céus e a terra; e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus adversários nas tuas mãos. E de tudo lhe deu Abrão o dízimo. Então, disse o rei de Sodoma a Abrão: Dá-me as pessoas, e os bens ficarão contigo. Mas Abrão lhe respondeu: Levanto a mão ao SENHOR, o Deus Altíssimo, o que possui os céus e a terra, e juro que nada tomarei de tudo o que te pertence, nem um fio, nem uma correia de sandália, para que não digas: Eu enriqueci a Abrão. (Gn 14.17-23)
Quando Abraão voltou da batalha contra os reis, ele trouxe todas as pessoas e riquezas de Sodoma consigo. Foi nesse momento que dois reis vieram ao seu encontro: o rei de Sodoma e Melquisedeque, rei de Salém. Isso não foi por acaso (leia Gn 14.17-23). Era nessa hora que Abraão necessitava da ministração de Melquisedeque, que trouxe pão e vinho para nutrir Abraão.
Depois de uma grande batalha, Abraão estava cansado e fraco. Nesse momento, o rei de Sodoma veio para tentar Abraão. Este é o momento em que somos mais propensos a cair em tentação. Mas o Senhor Jesus, na pessoa de Melquisedeque, trouxe pão e vinho para fortalecer Abraão contra as tentações do rei de Sodoma. O rei de Sodoma disse a Abraão que ele poderia ficar com todas as riquezas, mas Melquisedeque abençoou Abraão dizendo que o Deus altíssimo possui os céus e a terra (leia o verso 19).
O diabo pode oferecer riquezas, mas apenas Deus possui todas as coisas. Nós servimos a esse Deus. Não é que Abraão não queria ser rico, ele apenas não queria se enriquecer da maneira do rei de Sodoma. Ele preferiu entregar o dízimo de tudo o que possuía. Isso mostra que nós nos enriquecemos entregando o dízimo. A Palavra de Deus diz que Ló seguiu o rei de Sodoma em vez de seguir Melquisedeque. Ele foi morar em Sodoma e, depois que Deus destruiu a cidade, perdeu tudo o que possuía (Gn 19). Abraão trouxe de volta todos os bens do seu sobrinho, mas Ló não entregou o dízimo e, no fim, todos os seus bens foram destruídos em Sodoma. Ele certamente morreu pobre.
Não se menciona que Melquisedeque tenha oferecido pão e vinho a Ló. Isso nos mostra que Ló não tinha a revelação da ceia do Senhor. A comunhão não é oferecida a todos, mas somente àqueles que possuem a fé do tipo de Abraão. O dízimo não é para todos, somente para os crentes do tipo de Abraão. Creio que o dízimo também não seja para toda a igreja, mas somente para aqueles que têm experimentado a bondade de Deus e entendido que o Deus Altíssimo possui os céus e a terra.
Os 10% são apenas a declaração de que Deus é a nossa fonte. Abraão teve a revelação de que ele não precisava seguir o rei de Sodoma para ficar rico. Ele sabia que servia a um Deus que possuía e possui todas as coisas. A mentalidade natural é pensar que Deus tira de uns para dar a outros, mas a verdade é que Deus é tão rico que Ele tem mais que o suficiente para abençoar a todos os que o buscam. Infelizmente, Ló não teve essa revelação e seguiu o rei de Sodoma. Por um momento, teve riqueza e posição, mas no fim perdeu tudo.
Depois de receber o pão e o vinho, Abraão entregou o dízimo. Entregar o dízimo é a resposta espontânea daquele que entendeu o pão e o vinho, que traduzem o amor de Deus demonstrado na cruz. Quando entendemos esse amor, espontaneamente entregamos o dízimo como resposta.
A reflexão sobre o dízimo e a graça de Deus é realmente profunda. É importante lembrar que contribuir com a obra de Deus deve vir do coração, como um ato de fé e gratidão, e não como uma obrigação imposta. Essa visão nos ajuda a entender melhor o equilíbrio entre espiritualidade e generosidade.
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