Sem dúvida alguma, a principal responsabilidade dos pais é levar os filhos a Cristo e ajudá-los a estabelecer sua identidade n'Ele.
A identidade de um recém-nascido é completamente ligada ao plano físico. Mas, à medida que ele cresce e se desenvolve física, emocional e espiritualmente, os pais precisam ajudá-lo a estabelecer a sua identidade como filho de Deus. E o ponto de partida para isso é o novo nascimento.
Muitos subestimam a criança achando que ela não pode receber Jesus em sua vida. Mas a verdade é que a criança é capaz de entender o amor de Deus e recebê-lo ainda pequena. À medida que a criança cresce com essa percepção de Deus, ela vai compreendendo a sua identidade espiritual. Essa compreensão é um processo, que deve começar o mais cedo possível.
Como os pais devem investir na vida espiritual dos filhos
1º Evangelizando − Pregando o novo nascimento para que eles recebam a vida de Deus no seu espírito.
Todo ser humano nasce com espírito, alma e corpo (1Ts 5.23). A função do espírito é ter contato com Deus. Esse contato acontece a partir do momento em que a pessoa recebe a vida de Deus no seu espírito. É o que a Bíblia chama de “novo nascimento”.
Uma criança, ao nascer e nos seus primeiros anos de vida, ainda não tem consciência do seu espírito e não tem capacidade de fazer escolhas, portanto essa criança não tem a vida de Deus dentro de si. Assim, ela não é salva mediante a sua própria escolha, mas está ligada à aliança de seus pais. Se os pais têm uma aliança com Deus, a criança também está incluída nessa aliança. Mas quando os pais não têm uma aliança com Deus, a criança também não tem, pois o elo são os pais, os quais decidem por ela.
É por isso que nós consagramos as crianças quando nascem, porque os pais ou responsáveis por elas se comprometem diante de Deus e da sua Palavra a evangelizar essa criança para que ela também receba a vida de Deus no seu espírito. O próprio Jesus foi consagrado pelos seus pais quando criança (Lc 1.22,23).
Criança também precisa nascer de novo
Alguns acreditam que toda criança é salva pelo simples fato de ser criança. Mas a Bíblia afirma que todos nascem pecadores e precisam nascer de novo (Rm 3.23).
Uma criança não apenas precisa, mas pode nascer de novo, como também pode ter convicção disso no seu espírito, tudo depende de sua idade. Jesus, aos 12 anos, tinha convicção de que era o Filho de Deus. Se Jesus é padrão para nós em todos os aspectos da sua vida, por que Ele não seria também em relação à sua infância? Com certeza, Ele é.
Os pais precisam entender que a criança tem necessidade de ouvir o plano de salvação várias vezes para que possa entender e ter convicção do seu novo nascimento.
Mas é bom lembrar que salvação é resultado de oração e jejum. Por isso, as crianças precisam ser incluídas nos alvos de salvação da igreja. Precisamos orar e jejuar para que elas sejam salvas.
2º Investindo − Reconhecendo a sua necessidade espiritual e o seu valor para Deus
Os pais são responsáveis por suprir não apenas necessidades físicas e emocionais, mas também as espirituais. É importante lembrar que as crianças têm muito valor para Deus, pois Jesus morreu por elas da mesma maneira que morreu pelos adultos. Foi o próprio Jesus que afirmou diante dos seus discípulos que delas é o reino dos céus (Mt 18).
O que faz de alguém membro do Corpo é o novo nascimento. Cada membro tem seu valor e também uma função. As crianças, como membros do Corpo, precisam ser valorizadas.
Mas existe outro aspecto que define cada membro, é a sua utilidade ou função. O capítulo 12 de 1 Coríntios faz um paralelo entre os dons e os membros, mostrando como ambos são variados e têm sua utilidade no Corpo.
A criança, como membro do Corpo, pode ser usada por Deus de várias formas: para orar, interceder, curar enfermos, pregar, testemunhar, profetizar e muito mais. Eu creio que, à medida que nós damos oportunidades para as crianças se expressarem na igreja, Deus as usará poderosamente.
3º Envolvendo − Motivando-as a participar da vida da igreja
Não basta apenas investir, precisamos nos relacionar com elas, como membros do Corpo. O alvo desse relacionamento é envolver as crianças na vida da igreja para que cresçam e tenham consciência de que fazem parte dela.
O que faz com que alguém tenha consciência de que é membro do Corpo é a vida de Deus. Veja, quando alguém é nascido de novo, ele não sabe explicar, mas sabe que é salvo. Ele não sabe explicar, mas sabe quando sente a presença de Deus. Ele não sabe explicar o certo e o errado, mas recebe informações de que algo é errado e que não deve ser feito, ele tem percepção do pecado em sua vida. Por que isso acontece? Porque a vida está lá. As crianças sentem tudo isso, apenas não sabem explicar.
Isso é ter consciência da vida de Deus. É essa mesma vida que faz com você sinta que é parte do Corpo (12.26). Romanos 8.16 diz que o Espírito de Deus testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. Esse testificar se aplica a todas as áreas da nossa vida, por exemplo, convicção de pecados.
Os filhos crescem vivendo em família e aprendem o que é ser uma família através da convivência. Na igreja, é a mesma coisa: as crianças precisam crescer em nosso meio vendo como nós vivemos a vida da igreja e como nos relacionamos. E, à medida que nós as envolvermos nos cultos, nos evangelismos, nos jejuns, nas orações, no louvor etc., elas vão se sentir parte da igreja.
Mas o contrário também é verdadeiro: se excluirmos as crianças do nosso meio, duas coisas vão acontecer: elas não vão aprender o que é ser igreja e não vão se sentir parte dela.
4º Treinando − Treinando-as para funcionar como membro
Embora sejam membros do corpo, muitos membros precisam ser treinados antes de funcionar apropriadamente. Da mesma maneira, acontece com as crianças na igreja.
É por isso que o ministério de crianças na igreja é tão importante. Pois a ênfase num ensino bíblico eficaz e o treinamento desses membros fará com que cada um desenvolva o seu potencial e aprenda a funcionar como membro do Corpo.
Precisamos ensinar as crianças a orar, louvar, ofertar, evangelizar, pregar a Palavra, declarar a Palavra uns aos outros. Tudo isso faz parte de um treinamento que fará com que desenvolva a sua fé e treine o seu espírito.
O nosso alvo como ministério deve ser levá-las à consciência de que fazem parte do Corpo e que podem desenvolver o seu sacerdócio, funcionando como membro no Corpo de Cristo. A criança saberá que a oração dela tem tanto valor como a de um adulto não porque alguém lhe disse isso, mas porque ela experimentou.
Investir na vida espiritual dos filhos é um processo que requer dos pais: evangelizar, investir tempo, envolvê-los na vida da igreja e treiná-los como membros.
O resultado será uma igreja saudável e forte, onde cada membro é um ministro, e cada casa, uma extensão da igreja, e certamente nós e os nossos filhos vamos conquistar, cada um, a sua geração para o Senhor Jesus.
A responsabilidade da geração dos pais
Os pais são guardiões do que Deus tem dado a eles, mas isso é para ser passado aos filhos. Como Deus disse em Deuteronômio 6: “Eu estou lhes dando isso hoje, mas isso é também para os seus filhos, para os filhos de seus filhos e para os seus descendentes”.
É necessária uma geração para criar outra geração e influenciá-la. Por isso, uma geração terá de prestar contas a respeito da geração seguinte e da herança que foi deixada a ela. Precisamos lembrar que a única coisa de valor eterno que deixamos nesta terra é a próxima geração. Precisamos investir bem nela!
Palavra editada retirada da apostila do curso de Criação de Filhos – Pra. Márcia Silva e Pr. Aluízio A. Silva
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