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A aliança do casamento

Deus estabeleceu o casamento. Foi uma ideia divina e não uma invenção humana. A Bíblia começa com um casamento no Éden e termina com a entrada da Noiva do Cordeiro em Apocalipse. O ministério de Jesus começou em um casamento, e certamente a história de ninguém será completa sem experimentar o casamento. Entretanto, como todas as coisas divinas, o casamento é algo espiritual. A Palavra de Deus diz que o casamento humano é apenas um símbolo, uma ilustração do casamento real que acontecerá entre Deus e a humanidade redimida.


Esta é a razão por que o ímpio não pode entender o casamento, pois este é um conceito com­pletamente espiritual. As coisas do Espírito somente podem ser entendidas por revelação em nosso espírito. Não tente entender o conceito do casamento pela sua mente e pelo conhecimento natural, antes busque revelação de Deus. Você verá o quanto o casamento é algo sério no mundo espiritual. Paulo diz que, assim como Cristo está unido à igreja por meio de uma aliança, o homem se une também à sua esposa. A verdadeira realidade do casamento é espiritual. Disso, podemos tirar várias conclusões. A primeira é que o crente jamais deveria se casar com um incrédulo, pois isso seria o mesmo que unir Cristo ao maligno (2Co 6.14). Nunca deveríamos celebrar um casamento misto.


A segunda conclusão é que, como não há a menor possibilidade de um ímpio entender as coisas do espírito, ele não pode entender a doutrina do matrimônio. Ao ímpio devemos ensinar so­mente a verdade do pecado e do arrependimento para a salvação pela fé. Portanto, não deveríamos fazer casamentos de incrédulos.


A terceira conclusão é que, ainda que não concordemos com o ensino católico de que o casamento é um sacramento, precisamos reconhecer que ele é sagrado e deveria ser sempre feito na presença de Deus, em um culto apropriado. Casar só diante do juiz é desconhecer a doutrina do matrimônio e diminuí-lo a um simples contrato legal.


A quarta conclusão inevitável é que o divórcio não tem lugar no plano de Deus. Se o casa­mento é um símbolo da união de Cristo e a igreja, chega a ser um sacrilégio imaginar que Cristo possa se divorciar e negar a sua aliança, que é eterna, assim como o casamento é para toda a vida. Certa vez, estive nos Estados Unidos e alguém me disse que Las Vegas era a capital ameri­cana do casamento. Foi-me dito que, se eu fosse até lá, encontraria anúncios nas joalherias dizendo: “Alugam-se alianças”.


Penso que muitas pessoas topariam alugar alianças, tal a forma superficial como encaram a aliança do casamento. E para falarmos de casamento, o primeiro ponto que precisamos considerar é que o casamento é uma aliança. O compromisso de aliança é absolutamente fundamental porque todo casamento passará por testes, seja enfermidades, filhos rebeldes, tentações, problemas financeiros ou desemprego. Quando essas coisas vierem, é a aliança que nos sustentará. A paixão e os sentimentos românticos são im­portantes, mas só a aliança sustenta um casamento; entendê-la, portanto, é fundamental.


O que é aliança

A palavra “aliança” vem do hebraico, que tem origem em “cortar com faca”. Para o homem moderno, é difícil compreender o que é uma aliança e quais as suas implicações. Nós estamos hoje mais familiarizados com um contrato do que com uma aliança. Mas são duas coisas diferentes:

• O contrato tem responsabilidades limitadas.

• A aliança tem responsabilidades ilimitadas.

• No contrato, há escapes ou meios de se livrar dele.

• A aliança não pode ser quebrada, é até a morte.

A maioria dos casamentos se baseia em um contrato. Os cônjuges vivem dentro de um sistema de trocas. Se o meu marido me levar ao shopping, então eu farei sexo com ele. Se minha esposa faz a comida que eu gosto, então eu lhe comprarei a roupa que deseja. Isso não é aliança, é um contrato comercial. Na maioria das vezes, a moeda não é o dinheiro, mas a relação não passa de uma negociação.


Se eu fiz um contrato de dar a alguém 50 reais em troca de um relógio, eu ficarei desobri­gado desse compromisso caso o relógio não me seja entregue. Isso é apropriado para um contrato, mas não para uma aliança. Esta é unilateral. Eu me comprometi por aliança a dar-lhe um relógio. Isso dependerá exclusivamente da minha fidelidade, e não do seu merecimento.


Quando o casal entende que está unido em uma aliança, o amor se torna incondicional. Eu fiz um compromisso, uma aliança de ser fiel à minha esposa. Portanto, minha fidelidade não depende nem mesmo da fidelidade dela. Diante de Deus estou obrigado devido à minha palavra. Algumas pessoas se sentem desobrigadas de amar seus cônjuges porque não são amadas por eles. Isso seria normal em um contrato, mas é inadmissível em uma aliança.


Um problema comum aos contratos e às negociações de troca é a inflação. O mesmo acon­tece nos casamentos que tem essa base: à medida que os anos passam o preço sobe, podendo chegar ao ponto de o casamento se tornar insustentável, pois nenhuma das partes consegue pagar para ter o amor do outro. O fim de um casamento fundamentado assim é o colapso. Mas aquele que tem a aliança como base é sustentado pelo amor e pela fidelidade incondicional, portanto ele não pode ser destruído.


Uma aliança é um compromisso entre duas pessoas de lealdade até a morte. A vida individual já não é a prioridade, e sim a vida compartilhada. Parceiros de aliança fazem o compromisso de dar a vida um pelo outro. O casamento não é, portanto, um contrato, e sim uma aliança.

Ainda que uma aliança seja meramente humana, uma vez ratificada, ninguém a revoga ou lhe acrescenta alguma coisa. (Gl 3.15)

Aliança é um contrato entre duas pessoas, tão sagrado que jamais poderá ser quebrado. Por este contrato, todas as coisas se tornam em comum: “O que é seu torna-se meu, e o que é meu torna-se seu. Meus bens são seus, e os seus são meus; minhas dívidas são suas, e as suas são minhas”.

Fonte: Apostila do Curso Casais Radicais

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