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O propósito de Deus para o casamento - Parte 02

O casamento não é algo cuja origem é acidental, antes nasceu no coração de Deus. É uma invenção divina. Evidentemente o casamento é algo humano, mas é ideia de Deus, não do homem. Quando o Senhor criou o homem, Ele já tinha em si mesmo esse conceito.

1. A imagem de Deus

Qual é a imagem de Deus? Certamente não podemos entender qual é a sua imagem, mas há algumas coisas que nós sabemos, e uma delas é que Ele é um Deus triúno, ou seja, Ele subsiste na forma de três pessoas.

Quando o Senhor foi criar o homem, Ele disse: “Façamos”. Há um só Deus, mas, no conselho da divindade, há o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Deus é um, mas ao mesmo tempo é plural.

Um dos princípios do conselho de Deus é o princípio corporativo. Assim, quando Deus fez o homem à sua imagem, Ele o fez macho e fêmea. Nem o homem e nem a mulher são completos em si mesmos, mas somente um casal pode expressar a imagem de um Deus que subsiste na forma plural. Na mente de Deus, o homem é o homem e sua mulher. Essa é a imagem de Deus.

2. Concebido antes do pecado

O casamento foi inventado por Deus. Antes que o pecado entrasse no mundo, o casamento e a família já existiam. Após a entrada do pecado, o casamento tornou-se um problema tal que às vezes pensamos que é melhor não se casar (Mt 19.10). Lembre-se, no entanto, de que o pecado não anula o casamento e, graças a Deus, a redenção é capaz de restaurar não apenas indivíduos, mas também famílias à concepção original de Deus.

3. A base da operação de Deus

Quando o homem foi criado por Deus, o Senhor tinha uma tarefa especial para ele. Após a criação, o Senhor os abençoou e lhes disse:

Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra. (Gn 1.28)

Ora, como um único indivíduo pode ser fecundo, multiplicar-se e encher a terra? É necessário um casal para alcançar esse propósito. Esse casal constitui a família. Deus também ordenou que eles dominassem e sujeitassem a terra, que havia caído na rebelião do maligno. Isso seria alcançado pela multiplicação das famílias pelo casamento. Muitos pensam que o indivíduo é a unidade básica da operação de Deus, mas isso é um engano, a família é a unidade básica do mover de Deus. É por essa razão que satanás se esforça ao máximo para destruir o casamento — não apenas indivíduos, mas a família.

Em Gênesis, lemos que, antes de criar a mulher, Deus disse: “Não é bom que o homem esteja só” (Gn 2.18). Alguns imaginam que Deus viu a solidão de Adão e então lhe fez Eva. Mas esse não é o ponto central. A concepção de Deus é a família, e não apenas um homem. Um homem sozinho nunca poderia cumprir o propósito de Deus, por isso, Ele disse: “Não é bom que o homem esteja só”. Em outras palavras, Deus viu que não era bom que o homem estivesse só, porque assim ele não poderia cumprir o propósito eterno.

E, mesmo que a questão fosse a solidão, isso apenas mostra que o propósito de Deus para o homem desde o princípio não era o individualismo. O propósito d’Ele é que a mulher seja a contraparte e a auxiliadora do homem. Quando essas partes se encontram, então temos a unidade. É pela cooperação, ou parceria entre os dois, que a obra de Deus é realizada. O Senhor então disse: “Far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea” (Gn 2.18).

a. Uma auxiliadora

Primeiramente vamos considerar a palavra “auxiliadora”. O propósito de Deus não pode ser cumprido apenas com o homem. Deus ainda precisa da mulher.

b. Idônea

A segunda palavra que deve ser considerada é “idônea”. Ela significa “à altura, do mesmo tipo, da mesma natureza, algo que se pode usar para complementar”. Deus mandou que Adão colocasse nome nos animais para que ele percebesse que animal algum poderia ser seu complemento. Era como se Adão dissesse: “Eles não se parecem comigo, como posso tê-los como companheiros?” Isso certamente levou o homem a perceber a necessidade de uma companheira idônea.

4. O ingrediente indispensável do casamento

Tendemos a pensar que o casamento é constituído pelo homem e sua mulher, e, se eles se amarem, o casamento será feliz e bem-sucedido. Entretanto, de acordo com a Palavra de Deus, a família possui uma terceira pessoa, o Senhor. Todos os dias, na viração do dia, Ele vinha ter comunhão com Adão e Eva. Deus não era apenas o criador da família, mas um de seus membros.

Na verdade, Ele era o Senhor da família. Na sua origem, havia uma harmonia perfeita entre o homem, a mulher e Deus. Esse era um casamento debaixo de Deus, o conceito original do Pai. Quando o homem se esquece que o Senhor é um membro da família e Ele é deixado de fora, então o casamento começa a desintegrar-se.

5. A unidade do casamento

O alicerce do casamento é o Senhor, mas Ele também estabeleceu princípios fundamentais no dia em que realizou o primeiro casamento, como lemos em Gênesis 2:


Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne. Ora, um e outro, o homem e sua mulher, estavam nus e não se envergonhavam. (Gn 2.24-25)


a. Deixar: “Por isso deixará o homem pai e mãe

Em primeiro lugar, é um deixar financeiro. Antes, o homem vivia na dependência dos pais, mas agora ambos viverão por si mesmos.

Em segundo lugar, é um deixar geográfico. Antes, viviam na casa de seus pais, mas agora deverão sair e constituir sua própria casa. Ignorar esse princípio tem sido a causa do insucesso de muitos casamentos.

E, por fim, é também um deixar emocional. A dependência emocional que ambos tinham dos pais será substituída pela dependência mútua. Eu li a respeito de um pai de grande sabedoria. Sua filha recém-casada o chamou, chorando, depois de ter uma discussão com o seu marido. Ela disse: “Pai, eu quero voltar para casa!” Seu pai lhe respondeu: “Você está em casa!”


b. O compromisso: “e se unirá à sua mulher”

O homem se unirá à sua mulher antes de tudo em um relacionamento permanente. O casamento é para toda a vida. O segundo sentido é que o homem se une a apenas uma mulher. Portanto, é um relacionamento monogâmico. Deus não fez muitas “Evas” para Adão, mas apenas uma. E, por fim, esse compromisso se consuma em um relacionamento exclusivo. Ambos devem se guardar exclusivamente para o outro.


c. A unidade: “transformando-se os dois numa só carne”

O alvo de Deus é que homem e mulher se tornem uma só carne. Isso, porém, não significa a perda de identidade e individualidade. O casamento não é também a anulação de um em função do outro. Não é dominação do fraco pelo forte. Antes, a ideia de Deus é um completando o outro. O relacionamento de “uma só carne” planejado por Deus é o resultado de duas pessoas se dando ativamente um ao outro. Os dois foram criados para se completar e satisfazer um ao outro. Juntos, se fortalecem mutuamente e criam uma unidade mais forte do que cada um individualmente. Suas forças não só se somam, mas se multiplicam.

No relacionamento de uma só carne, Deus estabeleceu esse sinergismo, em que o todo é maior que a soma das partes. Ao se unirem ativa e intencionalmente, homem e mulher combinam suas habilidades. Cada um tem atributos singulares que aumentam a unidade dos dois.


d. A intimidade: “estavam nus”

A unidade do homem e da mulher se torna visível na intimidade. Essa intimidade acontecia em todos os aspectos. Sendo o homem um ser triúno — espírito, alma e corpo —, a intimidade acontecia em todos esses níveis (1 Ts 5.23). Em primeiro lugar, era uma intimidade espiritual. Eles tinham um só coração e uma mesma comunhão com Deus. Somente na presença de Deus eles poderiam ter essa unidade. Era também uma intimidade intelectual. Eles tinham um mesmo pensar e um único parecer (Fp 2.2-3).

E também havia uma intimidade emocional. Nenhum deles se constrangia em expressar suas emoções livremente. O ápice de tudo isso acontecia na intimidade física. É nesse momento que os dois se tornam fisicamente uma só carne.


e. Segurança: “e não se envergonhavam”

A nudez tem um significado simbólico. A ausência de roupa nos fala de transparência. Adão e Eva estavam nus, ou seja, eram transparentes um para com o outro. Nada tinham para esconder, nem do que se envergonhar. Você só pode estar nu diante daquele com quem você tem aliança. A nudez só acontece no casamento, porque no casamento existe a aliança. Você só pode se mostrar completamente para aquele com quem você tem uma aliança.

Porque as pessoas sentem inibição e vergonha? Sentimo-nos envergonhados diante dos outros quando temos medo de rejeição, crítica e acusação. No casamento como Deus planejou, não há medo de abandono, pois ambos vivem em completa intimidade e aceitação.


Fonte: Curso de Casais Radicais — Pr. Aluízio Silva

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